sexta-feira, 29 de junho de 2007

Amor a cores

Sharon Rogers, Paintjob Series

Guardei-te um coração desenhado na parede para te dizer 'bom-dia' enquanto eu estou a dormir. Passei a noite a pintá-lo em cores de uma eterna primavera para que, quando lhe tocares, me sigas os traços da tinta por debaixo da pele. No meu peito, um coração cor de sangue em fogo sonha contigo e aninha-se na meiguice que sente nas tuas mãos. Na parede, um coração em cores de prado verdejante fixa-se no teu olhar e nele fica a perfumar o dia inteiro. E quando a noite cair vem desenhar-me na pele a primavera inteira a florir por entre os dedos. E depois disso, vamos perder-nos em poemas cheios de Verão em cada palavra a transpirar do corpo. Baixinho e ouvido, oiço o que me dizes. A minha resposta tu adivinhas: 'Eu mais!'. E por mais que me contraries dizendo que não, eu teimo no tamanho do que não cabe no coração, porque o Amor é infinitamente grande: 'Eu mais, Meu Amor, muito mais!' Não podemos pesar na balança, mas posso escrevê-lo e pintá-lo por toda a parte e, depois, correr para ti, para te ouvir contrapôr o que aprendeste comigo: 'Não, EU mais!'. E, no amor infinito que nos sinto, eu sorrio.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Segurar-te sempre

Sharon Rogers, Life's a Drip Series, 2006

Seguro-te e não me esqueço de te abraçar vezes sem conta entre o aqui e o agora. Abraço-te por dentro de mim mesma a saber que me sentes completamente. Sei segurar e manter intacto. Sei embrulhar-nos de amor e oferecer-te a melhor parte. Sinto por inteiro a força com que me abraças e a paz de espírito que te envolve quando a pele se toca e os lábios se encontram. Seguro-te com aquilo que me sei capaz e sou capaz de muito para te fazer sorrir. Seguro-te com a mesma vontade com que me seguras a mim. Caminhamos no que é nosso e somos mais fortes porque avançamos juntas e estamos mais perto porque sabemos o que queremos. Caminhamos firmemente no que somos uma na outra e, no que nos vamos descobrindo e renovando, somos tudo. E tudo vale a pena quando nos sentimos a vida inteira e mais vidas que venham depois disso. Seguro-te esse infinito que nos aproxima da eternidade. Sempre é o que sinto em cada beijo teu e no aperto dos teus braços feitos de coração quente e amor para sempre. E quando te adormeço seguro-te o final das histórias infantis... 'e foram felizes para todo o sempre'.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Em toda a parte tu

Adalberto Tiburzi, Yes, I've said "You", 2007

E se dúvidas houvesse da certeza com que te guardo dia e noite, bastaria olhar à minha volta e ver-te escrita por toda a parte, porque em tudo o que me rodeia eu te vivo, porque a vida só faz sentido no que nela ponho de nós. Em todo o lado te encontro, no ar que respiro, nas saudades que transpiro, nos muros que seguram o pronome, nas promessas de beijos que os meus lábios não contêm, no desejo de que a força com que me abraças nunca chegue ao fim. Em todo o lado passo por ti e demoro-me no que te sei e no mais que te quero saber ainda. E este cruzar-me contigo em toda a parte onde tu não estás desassossega-me e apressa-me a chegar-te e a desafiar a física do Tempo para que nos sobrem mais horas, mais dias, mais vidas lado a lado. Já vivemos outra vida separadas e desperdiçámos anos desencontradas. Se à minha volta tudo és tu, deixa-me ser tudo o que me desejo contigo: a noite e o dia embrulhada em ti. Se dúvidas houvesse deste sempre em que te sonho, bastaria uma palavra para me definir a eternidade - 'Tu'.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Pedaços de ti

Carol J. Phipps, RainRainFallingFall, 2006

Faz mal à saúde esta ansiedade de querer abraçar-te para sempre enquanto me dizes:
"És o 'meu amor para sempre', também tenho a certeza, de outra forma nada faria sentido. Por ti vivo, contigo me encontrei a mim própria e contigo me completo - estas são sensações de certeza raras (só contigo as senti), tão reais e tão plenamente vividas como no primeiro momento. Das pequenas às grandes coisas, tudo contigo é perfeito: fazer amor é como se nunca o tivesse feito com mais ninguém - contigo é tão natural, tão espontâneo, tão livre, tão cheio de nós, tão fantástico; dançar contigo a mesma coisa coisa, como se nunca tivesse sido capaz de dançar agarrada a alguém porque não fazia sentido - contigo os movimentos são sincronizados, completam-se, sem qualquer esforço tudo parece inato e é encadeado na perfeição, com o mesmo ritmo, com a mesma sintonia com que fazemos tudo. Tudo em nós é único e especial. Nunca tive esta sintonia, esta sensação de perfeição, de plenitude, de me completar por inteiro com ninguém. Parece inacreditável, mas Somos Uma." *

...Como faz mal à saúde certamente este querer-te sempre e em toda a parte e obrigar-me a ter juízo. Sou contigo tudo: o Amor e a própria Vida.
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* U-Turn (26. Junho. 2007, 01:19)

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Debaixo da pele

Kevin Sargent, Just Underneath, 2006

Por debaixo da minha pele estás tu e depois de ti o mundo acaba. O vazio que se me prende aos lábios, quando as horas fogem a este tudo que somos, faz-me saber que depois de ti não há nada. Depois de ti são águas paradas, perdidas de esperança de navegar. Depois de ti ficam bancos de areia à espera de vento. Depois de ti o azul é de noite porque até mesmo o sol se esquece de acordar. Tenho-te debaixo da pele até ao fim do mundo que nunca vai ser porque tu e eu existimos para sempre. Somos o mar infinito e intemporal que nos prometemos no Amor que navegamos cada vez mais seguro no seu rumo. Somos azul celeste reflectido no mar pelo sol que nos ilumina por dentro e nos torna imortais. Somos a vontade de luz, certeza de sempre e querer infinito. Debaixo da pele somos nós, inseparáveis e indivisíveis. Debaixo da pele somos tudo, sem tempo e sem distância. Debaixo da pele somos o encontro do que sou em ti e tu em mim - a soma de duas partes: o tudo o que te dou e o tudo que me dás. No sangue que nos passa pelo coração somos Uma no infinitamente da alma.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Tudo e tanto

Kevin Sargent, Fire and Ice, 2007

Imagino-te o dia inteiro feito à nossa medida. Os nossos dias não têm horas, têm vidas presentes, passadas e futuras. Sem intervalos, vivo-te em mil planos de te fazer feliz porque não existo fora do que sou contigo, porque contigo sou tudo. Sou por inteiro e tão completamente que não me lembro de ter existido doutra maneira senão nesta urgência que me faz correr à frente de mim própria para chegar-te mais depressa e teres sempre os meus braços à tua espera. E à minha espera está sempre o abraço em que me embrulhas e o desejo com que me despes, num impulso tão intenso e tão urgente que nos confunde a pele e nos funde a alma. E deixamos de ter chão e nada mais existe. Quando deixamos de saber onde começas tu e acabo eu, muito para além do corpo, cumpre-se a promessa de sermos Uma. Desenho-te o que sinto em cada recanto do que te sei de cor. Nos teus lábios beijo a certeza de que somos tudo eternamente. Nos teus olhos me encontro e, no Amor que vejo neles, tu e eu existimos para além do tempo. E enquanto escrevo recordo-te quando dizes 'Amo-te muito mais do que algum dia vou saber dizer-te ou escrever-te, porque as palavras são limitadas para expressar o tudo e o tanto que sou contigo e que somos juntas.' Sim, meu amor, as palavras nunca serão suficientes, mas o coração sente o que fica por dizer.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Vai correr tudo bem

Jenfu Cheng, July 2004

Não será a solidão um luxo quando sabemos que temos alguém à espera? Alguém que nos sonha dia e noite à distância de um beijo? Alguém que sustem a respiração e que não vive, sobrevive, nas horas de ausência? Alguém que nos quer com a certeza de 'para sempre'? Alguém que nos ama incondicionalmente? Quando não temos algo completamente devemos lutar para conseguir tudo ou ficar pelo que poderia ter sido? Quando temos a certeza do Amor à nossa porta não será isso suficiente para construir o que nos falta? Já tive medo da morte, já não tenho - se tivesse vivia tudo pela metade e a vida passar-me-ia ao lado. E tive medo do Amor até ao dia em que o reconheci. Não tenho medo nem receio de amar-te tão completamente e tenho a certeza deste tudo em que te sinto e desta vontade de nós para sempre. Faltar-te é faltar-me a mim também, porque te sinto a falta como a falta de mim mesma. Seguro-te e nunca te deixarei cair. Mas se caires sem eu dar conta, estarei no chão para te amparar a queda e erguer-te de novo pela força do meu abraço. Juntas, vai correr tudo bem.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Embalar-te

Anabark, Sonha Comigo (MAI07)

Meu Amor, esta noite queria muito contar-te uma história de embalar e ficar à espera que adormecesses para eu dormir também. Esta noite queria abraçar-te com a força dos meus braços que são longos o suficiente para te segurar na promessa 'Vai tudo correr bem'. Esta noite queria dar-te um beijo feito de lábios que te desejam mil vezes entre um beijo e outro. Esta noite queria segurar-te no amor que não tem fim, que começa e acaba em ti quando tu és tudo o que existe em mim. Esta noite quero amar-te ainda mais do que todas as noites juntas e todos os dias que nos faltam. Esta noite quero que me sintas verdadeiramente sem tempo nem distância. Se esta noite for a primeira do resto da tua vida quero que aconteça com a certeza de que não estás sozinha e que ganhas muito mais do que imaginas. Quero que acredites que valho a tua paz de espírito e que sou capaz de te amar um universo inteiro com duas estrelas ao centro e tu em toda a parte. Adormece, meu amor, e sonha comigo. Quero que me sonhes depressa e amanheça para te abraçar à luz do dia.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Fluidez

José Pinto, Disintegration

Gota a gota pressinto o rio que corre para um mar imenso e infinito do tamanho do que os os meus braços gostam de ti. Procuro-te a água em que te abandonas e onde eu quero mergulhar sem fim, à procura do momento em que nos tornamos translúcidas como água pura na transparência do vidro. Guardo-te gota a gota em beijos que se enrolam boca a boca no desejo infindável de ti. E nesse rio, que acontece quando tu aconteces em mim, passa uma corrente que nos segura e nos salva com a força da eternidade. Sinto-te infinitamente nesse tudo que nos transborda, como um mar infinito e intemporal que tenho sempre à flôr dos lábios. E nas ondas, que são gotas feitas de marés vivas em nós, eu encosto corpo e alma e agradeço ao coração - porque o corpo se cansa e descansa, porque a alma sonha e cumpre-se, porque o coração sente um coração de igual tamanho no teu peito, com o mesmo ritmo e intensidade. Gosto-te em tudo o que te sinto, amo-te para além desse tudo em que te descubro sob o sol radioso que me acrescentas aos dias.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Sorrio-te

Linda Altead, 15 day of advent smile, 2004

De tão feliz adormeci sem querer. E agora que a noite me acorda para dormir o que falta, sorrio-te um bom-dia para que te dês conta da felicidade em que adormeço a pensar no Amor e no sempre que descobri contigo. Sonho-te infinitamente acordada e a dormir. Sorrio-te este tudo em que te sinto por inteiro. No sei outra forma de amanhecer do que abraçar-te com a força deste querer sem fim e sorrir-te pele na pele.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Sem destino

Doug Kessler, Lost Highway, 2006

Perde-te comigo, perde-te em sonhos e, depois de acordares, parte comigo sem destino planeado para além de nós. Sabemos o caminho que nos leva ao 'sempre' e como lá chegar. Perde-te no sonho de sermos nós completamente, estarei por toda a parte onde me procurares. Perco-me contigo em todas as direcções e, numa estrada sem ponto de chegada, passeamos por todos os pontos de encontro lentamente, sem pressas de chegar ao fim, mas com urgência de nos viajarmos. Parto contigo onde me levares pela tua mão, pelo teu corpo e coração. Encontro-te em cada passo que dás em mim e daí partimos as duas entrelaçadas numa só. Perde um dia e uma noite para sentir o mar infinito e intemporal que nós somos juntas, ou muitos dias e muitas noites se pudermos. Mas não percamos tempo em partir - não pela pressa de chegar, mas pelo prazer de ir e vir muitas vezes, ao encontro do que sabemos ser intensamente e do que nos transcendemos em sentimento. Parte comigo para um único destino: nós infinitamente, onde me quero perder contigo para lá de sempre.

terça-feira, 5 de junho de 2007

'Vês, foi fácil!'

Linda Alstead, Old Anchor Point, 2004

- ...Sinto que sempre te conheci...
- "Sinto o mesmo desde que te conheço, sabia que iria reconhecer-te e reconheci. Não tenho uma explicação, mas o sentimento foi tão forte que, ainda hoje, recordo o momento em que te olhei pela primeira vez e senti que éramos tão transparentes uma para a outra que nos líamos, que o passado não existia, nada mais existia à nossa volta. O mundo inteiro desapareceu quando te vi a primeira primeira vez. Era, dali para a frente, como no poema do David Mourão-Ferreira: "Passado e futuro não são nada só o presente é infinito". E assim foi a partir de então. Quando estamos as duas nada mais existe, só nós e o nosso mundo eterno (sem longe nem distância). Somos uma desde sempre e para sempre."
U-Turn (5.Junho. 2007, 00:18)
- Obrigada, Meu Amor!

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Em chamas

Sue Beatrice, Fire Sensuality

No meu corpo tudo é fogo, um mar em chamas descontroladas, onde o sangue é lava incandescente. No meu corpo aconteces noite e dia debaixo da pele incendiada pelo amor inadiável que vivemos a cada instante. O teu corpo, feito de lume, abraça-me com o mesmo calor e, encontradas numa só, desaparecemos numa floresta feita de braços que amam para além de qualquer definição. Encontro em cada beijo o sabor de uma paixão maior e mais ardente, que o corpo não esgota nem hoje nem amanhã nem nos dias e nas noites que estão para vir. Quem se deseja com tanta urgência, vive para sempre em Amor. Queres-me como eu te quero e, no que ambas queremos, o desejo nunca chega ao fim. Tenho-te com a intensidade do sangue em ebulição, vivo-te corpo a corpo com o tudo que guardo no coração. E no fogo em que ardemos sem descanso, sabemos que 'sempre' é pouco tempo para este tanto em que nos desejamos infinitamente. Trazemos chamas cada vez mais vivas em cada beijo e deixamos um incêndio atrás de nós quando partimos. E nas horas que demoramos longe, ardem florestas no desejo de voltarmos a navegar no mar de lava que é vida em nós.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Nós sem fim

B. Shortall, 2007

Andei à procura de uma definição de sempre - eternidade, infinito, intemporal... tudo me parece insuficiente para dizer que sempre é estares aqui comigo e sonhar-te constantemente até ao fim dos dias. Sempre é olhar-te longamente e apaixonar-me por ti todos os dias. Sempre é sentir-te em mim e perder a noção de tempo. Sempre é amar e ter a certeza desse tudo como sopro de vida. Porque o Amor não se mede em dias, o Amor não pertence ao tempo. O Amor vem de dentro, desse fogo que arde no peito ao centro, num coração que estremece feliz ao ouvir o teu nome. Sempre é este desassossego constante, esta vontade de te chegar mais depressa e mais intensamente. Sempre é saber que existes tal e qual eu te sonhei antes de nos termos encontrado. Porque o Amor não tem peso nem medida, o Amor acontece continuamente no que sabemos ser. A Amor é a força inesgotável com que te vivo mil vezes entre um aqui e agora. Sempre é querer viver eternamente para estar mais tempo contigo. Sempre é dizer-te que te amo tudo cada vez mais quando mais é impossível. Sempre é este crer em que te desenho eterna, embrulhada nos meus braços todas as noites de mil vidas. Sempre é o tempo verbal de todas as vezes que te digo 'amo-te', porque sempre és tu em mim e somos nós sem fim.