quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Feliz 2015

Fabian Oefner

A poucas horas do fim de um ano e do início de outro, votos de que haja desejos e sonhos cumpridos no que agora se acaba e no que daqui a pouco se inicia. 
BOM ANO NOVO

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Centro luminoso

Anabark, Estrelas, DEZ.2014

No centro do peito há um foco de luz, sempre aceso, que nos chama e guia nas horas escuras dos dias sombrios. No centro do peito bate o coração e nele uma música tão nítida que chega a ser sol suficiente para aquecer o mundo. No centro do peito há estrelas a nascer e a morrer de noite e de dia, durante toda a vida.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Um desejo de Natal...

Anabark, A árvore de natal da minha rua, 2014

Que o Natal não seja apenas uma noite e um dia no mês de Dezembro - que o espírito dessa noite e desse dia renasça todas as manhãs durante o ano inteiro.
Feliz Natal!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A propósito do frio

ainitolonen, 'If I could only paint the spring'

Se chovessem as cores de um dia ameno de primavera e a música nos abraçasse pelo inverno adentro, o frio só vencia para além da porta de casa...

sábado, 4 de outubro de 2014

8 anos no copo


Os anos passam, as pessoas mudam, os anos mudam as pessoas. As palavras ficam e a alma de quem sente para sempre não perde validade. São oito anos de um copo vazio cheio de palavras que o coração aprendeu a escrever no corpo com a alma. São oito anos de vida a encher o copo. Meio cheio ou meio vazio, pouco importa. O sentido e o sentimento das palavras dentro dele é pleno e absoluto.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Vida em muitos anos

Wolfgang Tillmans

E porque o tempo passa mais depressa do que conseguimos vivê-lo e preencher-nos, hoje seguro o dia como teu e, nele, o mesmo voto de sempre: que tenhas muito tempo para te cumprires e seres feliz. Festejo o teu dia desejando-te essa eternidade.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Janela na escuridão

BlauBeerKuchen

Havia sempre luz naquela janela onde a noite nunca chegava a entrar. Havia sempre luz e os dias nunca acabavam da janela para dentro. De vez em quando adormecia o seu cansaço em cima de um livro ou encostada a um filme a preto e branco. E acordava quase envergonhada pelo tempo perdido no sono sempre breve. A luz continuava acesa, só o nascer do dia a tornava dispensável. Havia sempre luz naquela sala como que à espera de alguém que não sabe o caminho de volta.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Por entre o cristal das árvores

Chris Friel

Os caminhos deixaram de ser caminhos, a floresta cresceu e tomou conta de tudo. Já não encontro os pés quando olho para o chão agora tapete verde-vida. A terra seca e árida desapareceu. Beijo nos lábios uma brisa tão suave e fresca como se a primeira luz da manhã durasse o dia inteiro e tudo fosse orvalho nas horas por despertar.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Imagens por palavras

Aini Tolonen

São também palavras as cores, e ausência delas, que nos desenham o mundo por fora e por dentro da alma. São palavras sem voz que nos dão conta do que fica para além de nós e nos aproxima dos outros também. São o texto do silêncio em quem sabe escutá-lo e dizê-lo através do olhar.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Era só...

Alessandro Puccinelli, Varie, 2010

Era só um mar inteiro que não tinha volta por nunca se acabar. Era só um partir por não saber ficar. Era só um longe que se navegou por se deixar de gostar. Era só um mar que trocou as ondas pela areia de tanto se cansar.

sábado, 12 de abril de 2014

Diário da folha seca

Anabark, Durante o Inverno [DEZ2013]

Descansava, no fim da tarde, de pé, ao contrário do resto do mundo. E era levada pelo vento antes de anoitecer.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Por ridículo que seja

El Karamelo, Empty 2

Assim, num imprevisto, vem-me à cabeça a frase de um poema que exclama 'Eu que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo...'* e penduro no armário a perfeição do mundo como roupa de estação que nunca virá a ser. Toda a gente veste a angústia das coisas ridículas mas poucos a assumem. Visto os dias de ideais que não calo por muito absurdos que pareçam ditos em voz alta. Sei que sou apenas o sonho de ser um pouco mais além. E, no absurdo em que tantas vezes me encontro, desencontro-me de todos quantos se acreditam acima do ridículo que são.

* Álvaro de Campos in 'Poema em Linha Recta'

quarta-feira, 5 de março de 2014

Da primeira à última

Anabark, Sombra (OUT 2013)

O corpo de ontem na sombra de hoje e a alma de sempre. A memória que, na pele, não se esquece. A pele que se toca de memória no que resta de coração.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Amor de mar

Mirela Momanu, They Are Watching

Foi, tão depressa como veio. Foi onda de maré viva, tocou a praia e fugiu com o mar. À noite procura-se na areia por onde passou. E escreve cada passo com a força do mar. De manhã acorda no mesmo sítio, apenas as nuvens mudaram de céu. Uns dias chove, outros dias o sol vem dançar com as horas da maré vaza.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Vinho entornado

Street art in Syria - Tammam Azzam: 'The Kiss' (Gustav Klimt)

E nesse dia bebeu-se coragem de um copo de vinho. E a terra na Terra tremeu. A culpa foi do vinho e da vontade corajosa de quem quer beber a vida num só dia.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Face to face

Ellen Jantzen, Transplanting Reality; Transforming Nature

"...Another life 
another time
We're Siamese twins writhing intertwined 
Face to face
no telling lies 
The masks they slide to reveal a new disguise..."

in 'Face To Face' by Siouxsie And The Banshees 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Na memória de céu

Anabark, Sol de inverno (OUT2013)

Não sei se, nesse dia, fazia sol ou se chovia, gostava de me lembrar...