quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Electromagnetismo

Steve H, London Visions

E se desatássemos a correr pelos dias, que imagens focaríamos? A velocidade, por desatenta que seja, tem a vantagem de recriar perspectivas e definir paisagens ligeiramente diferentes da realidade. Se pudéssemos fixar esse intervalo entre o que realmente é e o que julgamos ver, que coisas novas descobriríamos acerca de nós mesmos? Enquanto tento imaginar, para passar um pouco mais depressa pelas horas onde estou agora, dou-me conta que o teu tempo, tão diferente do meu, vai passando por onde não nos vamos encontrar senão à noite, quando nos regressamos por inteiro, despidas de contratempos, disponíveis em intensidade. Temos tão pouco tempo para tanto que nos queremos dar! Quem me dera que fôssemos mais velozes e fizéssemos durar as noites tão infinitamente quanto as horas dos dias que nos separam… Quem me dera ser raio de luz e encontrar-te, ao longo do dia, a intervalos regulares, empurrada pela voracidade dos trezentos mil quilómetros por segundo de um impulso e percorrer-te por inteiro com a velocidade desta ideia magnética que me anima!...

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