sexta-feira, 1 de junho de 2012

Arquivo

Autor desconhecido

Colecciono pedaços como antigamente. Colecciono passos sem outra direcção senão aquela que conheço decor no coração. Colecciono palavras e ideias tuas, umas em que me reconheço, outras que falho entender. Colecciono expressões que não te vejo e imagino-te o sorriso, que antes conheci, agora iluminado pelo teu novo tempo depois de mim. Colecciono formas de recompor o espaço da tua ausência para impedir que o tempo esgote todos os vestígios da tua existência material. Colecciono-te no que eu te conheci e no que existes livre e para além de mim. No teu tempo eu não existo, não te sou única, não te sou sempre, sou apenas alguém por quem passaste um dia.

6 comentários:

Alexa disse...

Sublime dedicatória de amor incondicional!!! Invejo a pessoa a quem estas palvras são dirigidas...

:)

Ana M. disse...

Ainda a propósito do comentário que deixei num dos teus textos anteriores, enviei-te para o email dois artigos académicos publicados no "International Journal of Psychology" (sou co-autora de um deles), que poderás achar interessantes e ilucidativos do que eu comentei na altura.
Bjo

J. G. disse...

Divinal! Viajo por aqui há poucos meses e vou descobrindo nos arquivos uma das mais belas histórias de amor que já conheci. Parabéns! Ler-te faz-me acreditar que, de facto, o amor absoluto e o Sempre existem. :) Obrigado!!!

Tenho esperança de um dia ser amada com esta incondicionalidade de aço que sobrevive mesmo para além do fim. Parafraseando um dos comentário anteriores, tenho também eu inveja da pessoa sobre quem escreves... Será ela cega, surda e muda?!...

Abraço.

Always disse...

Alexa,

Obrigada! :))... Eu também 'invejo' a pessoa a quem dedico estas palavras, confesso!... :D

Always disse...

Ana M.,

Agradeço-te o cuidado, Ana, lerei com atenção. :)

Beijos!

Always disse...

J.G.
Obrigada pelas tuas palavras de apreço á minha história de amor. :) Aquilo que aqui fui deixando, ao longo dos anos, como testemunho dessa história (de final infeliz) será sempre pouco...

Também desejo ser amada nesta dimensão absoluta, J., só assim vale a pena! Também desejo ser 'única e para sempre' no coração de alguém. Para a pessoa em questão eu 'morri', já não existo, sou uma memória que o tempo também diluirá inevitavelmente.

Beijos!