Anabark, Filme Antigo (NOV2012)
Como num filme antigo, não digo nada e penso em muitas coisas ao mesmo tempo que me chegam a doer as palavras que não digo. Estou calada, dizer não digo nada porque dizer já não faz sentido. Fico-me pela suavidade do silêncio que abrigo nas palavras que não digo. Porque a voz humana não chega, não se ouve num filme antigo. São mudas as palavras que não se entendem, surdos os ouvidos de quem segura a sombra como um xaile negro de aconchego. Essa metade de sentir e de ver deixa esquecer. Não digo nada, nem mesmo a verdade, que é inteira e nunca deixou de o ser, faz sentido na paisagem vã de quem já foi feliz em tudo entender numa palavra apenas, aquela que, hoje, me faz infeliz.
2 comentários:
Bom ler...
Obrigada, L.S. pela atenção! :))
Enviar um comentário