Anabark, Cimo I (JUN2010)
Lá em cima havia um céu azul cheio de luz, cá em baixo pedra solta e a minha vontade cansada a subir. A meio caminho há sombra de árvores e água fresca mas eu quero o azul infinito a tocar-me o rosto. Subo e desço tantas vezes que nunca chego ao cimo do mundo. Mas não desisto de andar. As nuvens contam-me histórias pelo caminho e eu pinto uma aqui outra ali para que não me falte companhia. Às vezes choram, e eu com elas, até ser dia. Outras vezes brincam com o sol depois de uma noite fria. Eu sorrio e caminho descaminhando sem dar conta. Amanhã falta-me outro tanto que hoje me faltou. E depois de amanhã mais ainda. Dizem-me que o céu continua lá em cima, azul e luminoso, indiferente à desventura de nuvens passageiras e ao passo cansado de quem não lhe chega. Eu sigo, quero confirmar que sim.
2 comentários:
Adoro a forma como te exprimes e a universalidade subjacente nos teus textos. Falas de ti, mas é como se fosse uma liçao de vida para quem te lê. Obrigada, Always! :-)
Obrigada, JG! :)
Não serão lições de vida, pontos de vista com alguma utilidade basta-me!
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