Baptiste Léonne
Despia a alma a custo. Nunca tinha ficado nua para além do corpo. Escondia na nudez da pele o longe que a habitava dentro, onde ninguém chegava sem voltar para trás de tão perdidos no caminho. Ficava nua sem nunca despir quem era. Foi a primeira vez, e talvez a única, numa vida inteira, que deixou espreitar o que, de corpo nu, nunca foi capaz de revelar. E ninguém reparou.