sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A propósito de silêncios

Anabark, Lágrimas que não se acabam (SET13)

Medo tenho da infinidade do silêncio, apenas disso e não da morte. Não me doem as palavras mas a falta de coração na voz. O silêncio que me aflige é o de quem não sente nada nem tem coisas para dizer. Porque não existe pior morte do que morrer-nos o coração em vida, porque nos condena a uma solidão interior irreparável. Porque a voz sem coração mata para sempre a felicidade. Alma que não sente morre lentamente de sede, seca e deserta. Ser feliz é ter muito para dizer, ouvir, ensinar e aprender. Porque a felicidade acontece no sobressalto do sentir, no reboliço da alma que quer crescer, no contrário do silêncio. Tenho tantas coisas para dizer que me irrito facilmente com a falta de oportunidade! Porque tenho medo de morrer de silêncio, esquecida de voz na sua infinidade.

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