segunda-feira, 17 de março de 2014

Por ridículo que seja

El Karamelo, Empty 2

Assim, num imprevisto, vem-me à cabeça a frase de um poema que exclama 'Eu que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo...'* e penduro no armário a perfeição do mundo como roupa de estação que nunca virá a ser. Toda a gente veste a angústia das coisas ridículas mas poucos a assumem. Visto os dias de ideais que não calo por muito absurdos que pareçam ditos em voz alta. Sei que sou apenas o sonho de ser um pouco mais além. E, no absurdo em que tantas vezes me encontro, desencontro-me de todos quantos se acreditam acima do ridículo que são.

* Álvaro de Campos in 'Poema em Linha Recta'

2 comentários:

de|constructed disse...

Que bom que estás de volta....ou eu é que andei "sumida"?

Beijo!

Always disse...

LOL... Não parti. Mantenho, contudo, a sensatez do silêncio, só 'abro a boca' de vez em quando.

Beijos :-)