segunda-feira, 25 de junho de 2007

Debaixo da pele

Kevin Sargent, Just Underneath, 2006

Por debaixo da minha pele estás tu e depois de ti o mundo acaba. O vazio que se me prende aos lábios, quando as horas fogem a este tudo que somos, faz-me saber que depois de ti não há nada. Depois de ti são águas paradas, perdidas de esperança de navegar. Depois de ti ficam bancos de areia à espera de vento. Depois de ti o azul é de noite porque até mesmo o sol se esquece de acordar. Tenho-te debaixo da pele até ao fim do mundo que nunca vai ser porque tu e eu existimos para sempre. Somos o mar infinito e intemporal que nos prometemos no Amor que navegamos cada vez mais seguro no seu rumo. Somos azul celeste reflectido no mar pelo sol que nos ilumina por dentro e nos torna imortais. Somos a vontade de luz, certeza de sempre e querer infinito. Debaixo da pele somos nós, inseparáveis e indivisíveis. Debaixo da pele somos tudo, sem tempo e sem distância. Debaixo da pele somos o encontro do que sou em ti e tu em mim - a soma de duas partes: o tudo o que te dou e o tudo que me dás. No sangue que nos passa pelo coração somos Uma no infinitamente da alma.

6 comentários:

whitesatin disse...

Este texto fez-me lembrar os escritos de José Luis Peixoto. Fantásticamente assombroso e comovente.
Fiquei com pele de galinha :)
(apesar de não me identificar muito com a galinha. O meu estilo é mais de perú, ahahah!)

Bjs

Always disse...

Querida amiga,

Agradeço a generosidade da comparação, ainda que não a mereça. :) Gosto muito da escrita talentosa de José Luis Peixoto.

O teu estilo não é de perú certamente - se for uma ave há-de ser uma ave elegante e majestosa e cheia de sabedoria... um mocho, uma coruja talvez. :)

Um abraço

whitesatin disse...

Hmmm, uma coruja, hein? Soa-me bem :)

Quanto à questão dos méritos...mereçes sim. Todos e quaisquer elementos de comparação.
A singularidade do imenssurável sentimento que colocas em todas as palavras e imagens que aqui revelas assim o permitem.

Um abraço

Angell disse...

"Debaixo da pele", têm morada o amor que vos queima e alimenta... Um amor maior do que o firmamento; do que qualquer coisa que possa existir. Simplesmente infinito... e lindo :)

Bjs ás duas!

Always disse...

Whitesatin,

A nobreza da coruja assenta-te bem... :)

Quanto ao mérito que me atribuis, continuo a pensar que tens uma alma infinitamente generosa e grande... Obrigada, amiga! :)

Um forte abraço

Always disse...

Angell,

O amor sente-se debaixo da pele e quando isso acontece impõe-se a certeza do 'sempre e infinitamente'. É debaixo da pele que sentimos a diferença entre 'gostar muito' e 'amar por inteiro'.

Beijos meus e da U-Turn para ti