sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Dias de espuma

Zane Paxton, Foam & Rock, 2006

Desabituei-me do relógio, mudei de vida ou, pelo menos, mudei de tempo e do espaço que o tempo se demora. As minhas horas são as tuas e a disciplina que lhes impomos para vivê-las infinitamente. Mas, ainda assim, a vertigem do que nos queremos altera-nos os planos e, por isso, vivemos mais depressa do que o resto do mundo sem nós. Os nossos dias são mares de espuma pelo tempo que se esgota entre o aqui e o agora do que nos passeamos de pele na pele e olhos nos olhos. E porque o Amor é viver em estado de urgência, tudo o que em nós se passa deixa rasto. As saudades medem-se pelos segundos do relógio que ficou para trás e que recupero agora, para poder contar o tempo que falta para a nossa ausência de gravidade - porque o tempo é relativo, mas nem o Amor nem as saudades o são.

4 comentários:

Sandra Marques Augusto disse...

"porque o tempo é relativo, mas nem o Amor nem as saudades o são"

E a relatividade do tempo só existe para evitar que o Amor e as Saudades nos enlouqueçam e, consequentemente, nos matem.

E porque o tempo é relativo, fingimos que as saudades que temos são dum amor perdido na memória.

E porque o tempo é relativo, amamos hoje tão intensamente quem já morreu como se ainda aqui estivesse.

E como o Amor e as Saudades não são relativos, o tempo passa e e eles ficam...


Como eu fico contigo, para sempre e sempre

S.Star

Always disse...

O Amor e as saudades são a confirmação de que o tempo é relativo.

E, querida Sandrinha, tens razão, o tempo não passa por nós, as saudades, sim, ficam e muitas ...

Um abraço forte

Special K disse...

As saudades tornam os reencontros mais... Calorosos.
Beijinhos e bons reencontros.

Always disse...

Special K,

Acertastes em cheio... calorosos, intensos, avassaladores! Concordarás na minha adjectivação tenho a certeza! :D

Beijos