quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Supercalifragilisticexpialidocious

JD Anderson, Love is..., 2003 (1 Coríntios 13:4-8)

Há palavras que não sei dizer mesmo na língua que melhor conheço. Há palavras que tenho dificuldade em utilizar porque não me dizem nada e é suposto as palavras dizerem sempre alguma coisa. Há palavras que nunca me lembro de dizer porque nunca me fizeram falta para me fazer ouvir. Há palavras que utilizo quando valia mais estar calada. Há palavras que ficam a meio porque mudei de ideias enquanto falava. Há palavras que não sei o que querem dizer e, mesmo assim, teimo em dar-lhes um sentido único. Há palavras que me escapam e que nunca mais voltam ao mesmo sítio. Há palavras que não sei escrever, mas conheço-lhes o significado. Há palavras que confundo e, por isso, hesito e apresso-me a explicá-las por sinónimos. Há palavras que digo sem querer e sou mal interpretada. Há palavras que quero dizer e que me faltam. Há palavras que digo sempre da mesma maneira e nem sempre são ouvidas com a mesma intenção. Há palavras que escrevo e que não digo por ter receio de redundâncias. Há palavras que sinto intensamente e não sei dizê-las com eloquência. Há palavras, muitas e eu conheço tão poucas! E há uma palavra que aprendi contigo e sei senti-la, dizê-la e escrevê-la correctamente: 'Amo-te'. É uma forma do verbo 'amar' que eu só sei conjugar no Infinito quando penso em ti.