quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A fragilidade das horas

Jakob Ehrensvärd, More glass crushing, 2005

A fragilidade dos dias é vivida hora a hora, segundo após segundo. De um momento para o outro a luz pode tornar-se noite escura, impossível de navegar e, por vezes, definitiva. E nem sempre nos damos conta deste estado de fraqueza que é passar pelo tempo sem perceber que os dias passam sem retorno. Esbanjamos o que não é nosso, deitamos a perder o que jamais conseguiremos ganhar. De uma hora para a outra perdemos tempo de vida a pensar que temos uma vida cheia e adormecemos indiferentes à contagem decrescente que, irremediavelmente, caminhamos. Consumimos tempo por tudo e por nada menos pelo que é essencial. Ou porque achamos que os dias não têm fim ou porque não sabemos o que é importante. Passamos pela vida sem cuidar do jardim cujo o verde primavera, um dia, terá fim. Não chegaremos a tempo de salvar coisa nenhuma se não soubermos a medida exacta de cada segundo que respiramos.

3 comentários:

underadio disse...

Ó Always mas isso é tão difícil de fazer...sabermos isso é tão difícil! Que acabamos mesmo por não saber é medida nenhuma.
Desculpa-me mas hoje isto está complicado.

Beijos p as duas

Always disse...

Underadio,

É difícil para todos os mortais sem excepção - é uma questão de maturidade, talvez.

Espero que as tuas horas tenham melhorado ao longo do dia, amiga. :)

Beijos duplos

Paula disse...

"Não chegaremos a tempo de salvar coisa nenhuma se não soubermos a medida exacta de cada segundo que respiramos." - Infelizmente não sabemos valorizar o bom que temos, empolamos o mau e somos fracos, deixamos que o mau tenha mais importância e perdemos tudo...
Excelente reflexão, Always! :)