quinta-feira, 25 de junho de 2009

Massa de ar frio

Mischa Bronstring, Locked Bibles, 2007

Amanhã, enquanto eu não chego, guarda-me o dia inteiro como se eu fosse um livro que não queres acabar sem me teres à distância de um beijo a sussurrar-me a última frase. Leva-me para todo o lado quando saíres para o dia que começa e não me percas de vista nem me esqueças um instante que seja. Eu estarei a ir, a percorrer quilómetros cheia de pressa, a acelerar a máquina que não é do tempo, mas que eu gostava que fosse para te voltar sem demoras. Amanhã saio mais cedo em direcção ao norte e terei frio durante todo o dia porque deixo os teus braços, ainda adormecidos, à minha espera. Parto agasalhada porque o inverno é o que me fica quando me separo de ti, por breves instantes que sejam. Amanhã segura-me as horas que faltam para voltar-te e sopra-me recados tontos que apressem a viagem e a hora de chegada. Sem longe nem distância, não sei deixar-te sem mim nem sei estar sem te saber comigo.

4 comentários:

Paula disse...

Há algum tempo que a leio, textos sentidos e que fazem sentir...Este é só mais um,lindo...
Parabéns, adoro o que escreve e psrtilho os sentimentos que descreve.
Ana Paula

Always disse...

Paula,

Agradeço-lhe a atenção e o seu comentário. Fico especialmente contente por saber que encontra nos meus textos uma mensagem partilhada.

Bjos

underadio disse...

E é bem assim, A.,

Mas elas mesmo connosco longe velam por nós e sabem que há coisas que têm mesmo de ser...e sabem tb que corremos para regressar a elas e tudo fazemos para o bem.
Força amiga e tudo correrá pelo melhor.

Beijos p as duas

Always disse...

Tens toda a razão amiga!!! :)
Diz-me lá o que andas tu a fazer em terras baixas?...

Um abraço grande das duas!