quarta-feira, 30 de maio de 2012

Consistência

Anabark, Poço (Junho.2010)

Quando o Tudo nos encontra e acontecemos por inteiro, sobra pouco para acreditar mais e melhor. E depois do Tudo, guardamos a melhor parte de nós no silêncio de um poço sem cor nem fundo. A dor de quem perde é esse espaço infinito do Nada que nos aninha a saudade do que sabemos ter sido tão completamente e a certeza profunda do que não se repetirá da mesma maneira e nem na mesma intensidade. E a vida segue, o Tempo trás outro tempo atrás e, depois do Tudo, só nos resta viver pela metade, desconfiados, com o fardo do desperdício feito de erros por reparar e de equívocos por desfazer, sobre os ombros. Tudo o que somos constrói-se ao segundo, dia após dia, até ao fim da nossa vida. Não sabemos quanto tempo temos nem o que o tempo nos traz. Talvez por isso eu não desista do meu Sempre. Quem ama acredita e vive a ideia de Sempre, não como um acto de fé, mas porque amar para além de Tudo e da dor do Nada é a prova do que o que sentimos e vivemos foi verdadeiro e absoluto e não apenas um caso ou um instante numa linha de tempo passado. Não seria Amor se desaparecesse assim tão completamente em mim. Não seria Amor se sentimentos mesquinhos me vencessem para atenuar a dor.

10 comentários:

Underadio disse...

Humhum, Always.
Beijinhas saudosas

Always disse...

Já me questionava por onde andarias, M. :-).
Espero que tudo esteja bem contigo e obrigada pela visita!

Abraço!

Anónimo disse...

A fumar o último cigarro , leio-te e releio. Olho para o fumo que se esvai e relembro o Sempre e a ideia do por inteiro. Junto-os e não consigo separa-los de forma nenhuma.Faz-me bem vir aqui.:)

Abraço Always :)

Always disse...

Nem tu nem eu, Serendipity.
O meu por inteiro é para sempre, são indivisíveis. Porque esse Tudo reconheço, ontem como hoje, único!...

Abraço! :)

Thinkerbell disse...

"Quem ama acredita e vive a ideia de Sempre, não como um acto de fé, mas porque amar para além de Tudo e da dor do Nada é a prova do que o que sentimos e vivemos foi verdadeiro e absoluto e não apenas um caso ou um instante numa linha de tempo passado. Não seria Amor se desaparecesse assim tão completamente em mim. Não seria Amor se sentimentos mesquinhos me vencessem para atenuar a dor."

De novo e mais uma vez: obrigado! Nada é mais verdade que esse desprendimento de quem ama para além do sentimento de posse que o amor nos 'exige'. Amar por inteiro, reconhecendo também as limitações dum amor que, por vezes, não «pode» ou não consegue concretizar-se. Abraço.

Anónimo disse...

Não, o meu nome não é Serendipity, Always, mas , como ainda não consegui criar uma conta com nickname ,venho assim , visitar-te,e de certa forma revisitar o que muitas vezes me identifica.

Abraço :)

Always disse...

Thinkerbell,

Aqueles que amam verdadeiramente desfazem-se do sentimento de posse para deixar em liberdade quem amam, pelo bem que lhe querem. Não podemos obrigar ninguém a gostar de nós, assim como não podemos forçar ninguém a ficar se nos deixou de amar ou se encontrou um novo amor. Dói, certamente que sim, muito!...

Abraço!

Always disse...

Anónimo,

As minhas sinceras desculpas por assumido uma identidade que não corresponde a tua. Fi-lo porque, ainda não há muito tempo, Serendipity visitava-me como 'anónimo' até arranjar esse nome.

Não é necessário ter uma conta registada para assumir um nome quando comentas aqui. Bastará, antes de publicares o comentário, seleccionares a opção 'nome/url', aqui em baixo desta janela, e escrever um nome real ou fictício. É muito simples, muito mais simpático e não compromete.

De todas as formas, com ou sem identidade, obrigada pelas visitas! :)

Abraço!

sunshine disse...

Always
Muito obrigada pela dica. Vou tentar faze-lo agora mesmo :)))

Always disse...

:)... Hello, Sunshine!... :)