Anabark, Quase flor (AGO2012)
Recordo flores que eram ideias cheias de cor e ideias que nunca se tornaram flores. Recordo flores que segurei na alma à procura de casa e que ficaram à porta rejeitadas como ervas daninhas. Recordo a noite que me chegou no instante em que, sem terra nem semente, me atiraram ao chão. Recordo flores que apanhei pelo caminho e levei para casa com a pressa de quem tem um beijo urgente para dar. Recordo a urgência que não encontrei nos lábios que tanto eu queria beijar. Recordo sinais e prenúncios de fim e tudo o que me desacreditava preferi ignorar. Recordo um jardim inteiro que definhou à falta de água por preguiça de regar. Recordo Amor, que acreditei de pedra e foi de vidro, julgado e condenado. Recordo a primavera e toda a luz do infinito em mim sacrificada ao passado.
6 comentários:
No melhor e mais cuidado jardim crescem sempre ervas daninhas. Ajardinar é uma arte, é preciso gostar muito... :-)
Continuas sem editar um livro?:)))
Beijos
Ehehehe... Passados 6 anos até tenho vergonha de dizer que não tentei sequer. Mas não desisti da ideia, Wind. Talvez seja agora o momento de investir a sério nela. :))
Beijos!
Always, há uma poesia que só almas especiais entendem. Este texto deixa-me sem fõlego, o que está nas entrelinhas é comovedor, toca-me profundamente, parabéns! És, de facto, uma pessoa muito especial. :)
Bjos
Cat.,
Obrigada pela simpatia e pelas tuas palavras! :))
Beijos!
Maria Lacerda,
É bem verdade! É fundamental AMAR e não apenas 'gostar muito'... :)
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