De que cor são os dias que vivemos como noites e as noites que vivemos como dias? Têm a cor dos teus olhos e dos meus e do amor que neles vive em estrelas de mil tons. E têm a cor da tua pele na minha e da paixão que nos incendeia de beijos e abraços que não queremos nem sabemos interromper. Os nossos dias e as nossas noites são da cor dos corpos que não dormem nem perdem tempo afastados. São noites em branco e os dias cor dos lençóis das noites em claro. As nossas noites confundem-se com os dias como os nossos corpos se confundem no prazer que nos damos à margem das horas. Porque o tempo não existe quando te passeio de alto a baixo e porque as horas são a força com que me abraças por dentro e por fora e me sentes estremecer, de pele suada, contra ti. As nossas noites entram pelos dias no que nos perdemos de prazer uma na outra. Não perdemos tempo, pedimos tempo emprestado. Queima-nos uma paixão que não conseguimos pôr em dia. Não dormimos, as nossas noites não são noites de dormir. Não despertamos do sonho acordado em que apenas cumprimos uma pequena parte da vontade que nos devora. Adormeço encostada ao desejo de te ter sempre e em toda parte e acordo nesta vontade constante que tenho de ti. Não sei dormir ao pé de ti, mas adoro dormir contigo e ao mesmo tempo que tu. Adormece-me de cansaço apenas e acorda-me cinco minutos depois - é o tempo que preciso para voltar a acontecer na sucessão dos dias e das noites que abraçamos como nossos. Deixa-me embalar-te agora, acordo-te daqui a pouco se não me acordares primeiro.
4 comentários:
Uma bela prosa poética, com algumas lindas metéforas, bonito de ler:))))
Beijos
Apenas... simplesmente maravilhoso! :)
Bjs!
Wind,
Obrigada! :)
As metáforas dão imenso jeito, porque isto é um blog de 'gente decente' e para todas as idades... ;)
Beijos
Angell,
Assim é o Amor do qual sou porta-voz. :)
Beijo
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