Encontro-te em cada esquina do que existo dentro e por detrás da porta da casa em que me invento. Encontro-te num sonho, em pensamento e depois na realidade. Encontro-te num abraço infinito a caminho da nossa eternidade. Encontro-te à minha volta onde tudo és tu e no meu mundo em que tu és tudo. Encontro-te sempre onde te procuro porque és, em mim, um sempre em toda a parte e, de tão presente, não posso deixar de encontrar-te. Guardo-te em cada canto da alma o que sobra do coração, porque o Amor ocupa espaço e o meu não tem peso nem medida. Guardo-te hoje com saudade e a sentir-te a falta mesmo no tempo em que não te conhecia. Não sei viver-te menos do que neste desassossego constante que me percorre noite e dia. Não sei querer-te menos do que este desejo sem fim de sentir-te a pele da minha pele, num incêndio de corpo único. Não sei amar-te menos do que nesta vontade incessante de passear-te o corpo e a cuidar-te com o coração. Encontro-te no que respiro, guardo-te no que sou, quero-te para sempre e amo-te um universo inteiro. Não posso amar-te mais porque mais é impossivel, mas posso amar-te por mais mil vidas ainda.
"...Tudo da tua pele me volta à boca,
volta ao meu coração, volta ao meu corpo,
e volto a ser contigo
a terra que és:
és em mim profunda Primavera:
em ti volto a saber como germino..."
volta ao meu coração, volta ao meu corpo,
e volto a ser contigo
a terra que és:
és em mim profunda Primavera:
em ti volto a saber como germino..."
in "Ode e Germinações, I", Pablo Neruda
4 comentários:
Bonito a duplicar:)
Beijos
Desmesurado, portanto!
: )
Simplesmente... :)))
Bjs!
Duas palavras para as três:
Obrigada... Beijos! :)
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