domingo, 28 de junho de 2009

Depois do tempo

Petem, Storage container, 2006
Assim. Arrecandando vestígios e marcas de quase tudo o que surpreende na alma. Assim, coleccionando o tempo no que, da sua passagem, vai ficando em todos espaços dentro e fora de nós, vivemos. Assim te vivo eu no desdobrar das horas sempre a desejar que elas se prolonguem e nos projectem, um dia, nessa prometida dimensão onde nada de nós se acabe, nada morra e tudo cresça para além do espaço e do tempo. Assim te sonho e nos sonho eternas e indivisíveis. Assim nos quero na vida e na morte. Assim, sem tempo. Quero olhar para as paredes, para os livros de letras a perderem-se no papel, paras ruas por onde caminhamos os dias e reparar que o tempo passou contigo ao meu lado. Assim. Com a mesma certeza do primeiro momento e vontade indomável de vivermos para sempre, partilhando com a mesma intensidade o tempo e a sua inevitável relatividade.

2 comentários:

The White Scratcher disse...

Fico assustado de prazer ao ver quanto acreditas no tempo sem tempo. Gostava de acreditar nisso sem ter que pensar na inevitável mágoa.

bjs

Always disse...

White Scratcher,

Por onde tens andado? A disfrutar Lisboa, espero. :)
Sabes, penso e repenso na inevitável mágoa. Não acredito na vida para além do tempo que nos resta - gostava de acreditar. Escrevo sobre a duração e a intensidade do Amor e no que eu sinto sem espaço nem tempo definidos. Acredito sim no sentimento incondicional. O 'Tempo' é apenas uma metáfora para falar de algo mais grandioso e imesurável.

Beijos