Assim. Arrecandando vestígios e marcas de quase tudo o que surpreende na alma. Assim, coleccionando o tempo no que, da sua passagem, vai ficando em todos espaços dentro e fora de nós, vivemos. Assim te vivo eu no desdobrar das horas sempre a desejar que elas se prolonguem e nos projectem, um dia, nessa prometida dimensão onde nada de nós se acabe, nada morra e tudo cresça para além do espaço e do tempo. Assim te sonho e nos sonho eternas e indivisíveis. Assim nos quero na vida e na morte. Assim, sem tempo. Quero olhar para as paredes, para os livros de letras a perderem-se no papel, paras ruas por onde caminhamos os dias e reparar que o tempo passou contigo ao meu lado. Assim. Com a mesma certeza do primeiro momento e vontade indomável de vivermos para sempre, partilhando com a mesma intensidade o tempo e a sua inevitável relatividade.
2 comentários:
Fico assustado de prazer ao ver quanto acreditas no tempo sem tempo. Gostava de acreditar nisso sem ter que pensar na inevitável mágoa.
bjs
White Scratcher,
Por onde tens andado? A disfrutar Lisboa, espero. :)
Sabes, penso e repenso na inevitável mágoa. Não acredito na vida para além do tempo que nos resta - gostava de acreditar. Escrevo sobre a duração e a intensidade do Amor e no que eu sinto sem espaço nem tempo definidos. Acredito sim no sentimento incondicional. O 'Tempo' é apenas uma metáfora para falar de algo mais grandioso e imesurável.
Beijos
Enviar um comentário