segunda-feira, 20 de julho de 2009

Momentos abstractos

Petem, Vase, 2006

Tenho dias. Às vezes não sei se existo, se sou ou estou naquilo que muda o sentido do verbo ser para o verbo estar. Tenho dias. Por vezes acredito que sou infinita e que tudo à minha volta é infinito. Tenho dias. Outras vezes sou matéria e vivo um dia de cada vez, porque aprendo que a vida é uma sucessão de dias e não um plano estável, definido e acabado, que cumprimos com rigor ponto por ponto. Tenho dias, mas todos eles contigo e a viagem das horas, sabendo-te comigo, acontece-me lúcida, transparente como água pura de uma nascente do centro da terra que só a natureza tocou. A essência dos meus dias é a certeza de tudo o que existes em mim nesse estado de tal forma translúcido que caminho a noite dos dias desencontrados de lógica sem chocar de frente com o abstracto, porque amar é o oposto do abstracto, é uma linha que desenhamos contínua num espaço com margens de infinito. Assim te desenho eu, em cores de vida todos os dias.

6 comentários:

Unknown disse...

Os pontos da vida sucedem-se e não importa como,,, se for isso que queremos. Por vezes os intervalos são maiores do que queriamos, as oxilações muitas e os desvios uma variável quase constante.
Quando sabemos por onde queremos ir,,, tudo o resto não passa de folclore, de publicidade irrilevante que espreitamos de lado e na diagonal.

Always disse...

White,

Resumiste bem a questão. Quando temos a certeza todo o caminho, sejam montes sejam vales, tem sentido e isso estrutura-nos a caminhada. :)

Uma abraço

whitesatin disse...

E no meio de todo o folclore e barulho das luzes, o essencial é que se tenha um ponto de referência no meio de tantos pontos de partida e de chegada para que os dias não sejam vazios e o tempo possa ser mensurável e memorável.

Um abracinho :)

analogic disse...

puxa que momento longo...

abracitos em velocidades também abstractas

Always disse...

Whitesatin,

Sem dúvida verdade o que dizes. Os 'faróis' são fundamentais em tudo na vida.

Um abraço

Always disse...

Analogic,

O tempo é sempre relativo, sobretudo quando partimos de férias.

Um abraço e até depois do intervalo.