Ainda está a chover. O verde que a chuva afoga mantém a esperança de que nenhuma estação do ano dure para sempre. Tal como a vida que nelas se vai enrolando e desenrolando, porque nada se perde, tudo se transforma. E não somos mais do que apenas isso - vento, chuva e tempo quente alternados, partes de um todo. E mesmo que a chuva nos incomode, faz parte do ciclo que nos descreve e nos inscreve a vida, passo a passo, como lágrimas entre o céu e a terra. É preciso acreditar que o verde não acaba e que a chuva é o princípio de tudo o que vem a seguir, mesmo quando o céu cinzento nos desanima. O conforto é um intervalo, sem garantia vitalícia. Somos, intrínsecamente, primavera, verão, outono e inverno. Porque a vida é um ano inteiro e não apenas dias combinados.
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