segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A chave

Jens Waldenmaier Waipapa, Point

O baú está fechado e a chave no fundo do mar. Alguém por mim a atirou para esse longe onde nada se volta a encontrar. E há uma promessa feita nesse instante definitivo, não procurar o que de mim se perdeu, o que não é meu não posso segurar. A chave está no fundo do mar. Alguém por mim se desfez dela nesse infinito onde se afundam tesouros que tempo enterra. E não falto á promessa que fiz e posso cumprir. O mesmo alguém me disse que o mar é grande e que a minha viagem não acaba aqui e não depende da chave. Prometi deitar fora o que me pesa e me prende em terra. Confiei a chave nessas mãos que me lembram o que ainda está por vir e que a chave do que passou o mar levou. 

8 comentários:

Cat. disse...

Muito bom, always! Não voltes pela chave, segue o mar, muitas outras marés esperam por ti.
Bjo

Alexa disse...

Lindo!... :)
Por vezes, basta alguém ter o gesto ou a palavra certa para mudar de rota e abraçar nova viagem.

Bjos

Andy disse...

libertar e deixar fluir...

gostei muito, always!
beijinho

Always disse...

Obrigado, Cat, pelas palavras e pelo vto de confiança... :)

Beijos

Always disse...

Alexa,

As coisas mais óbvias nem sempre são entendidas á primeira! lol...

Beijos

Always disse...

Andy,

É isso que dizes: soltar amarras e fluir. :)
Obrigado pelo teu apreço!...

Beijos

Ana M. disse...

A corrosão da água salgada encarregar-se-á do resto.

Um beijo...

Always disse...

Nem o maior navio do mundo resiste á água salgada... :)

Beijo