Michael McMurrough, Jigsaw
E serão feitas de que matéria as saudades que se instalam por não sabermos dar sentido ao longe, mesmo quando o longe se mede em horas? Procuro uma cor, uma textura ou talvez um odor preciso e logo me chegam imagens tão definidas como o toque da tua pele que uso como pele de mim mesma em todas as dimensões do espaço físico ou imaginado em que te habito. E vêm-me as saudades à boca como sede de água em lábios ressequidos pela espera no deserto do tempo. Na paisagem áspera por onde ando fora de nós, vou combinando sons, cores, sabores e fotografias de alma como um puzzle em que nos encontro num todo, onde todas as partes são únicas como único é jeito em que as combinamos uma a uma. Como um poema onde as palavras se aninham e se embrulham num estado de alma pessoal e intransmissível, vivo as saudades do que não te tenho e não te abraço no aqui e agora.
2 comentários:
Com todo o devido respeito, mas alguns dos teus posts fazem-me perder o ar ... e não é nada comigo!
Admiro o teu sentir e o continuo jorrar da fonte que te inspira.
Muitos e muitos beijinhos
Hel
Helena,
:) Sendo tu uma criativa com o talento que se te reconhece merecidamente, agradeço o teu comentário e sobretudo a sensibilidade que demonstras na leitura do que escrevo.
Beijinhos retribuídos em dose dupla
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