segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dentro, uma janela

Jola Dziubinska, Frosty Diamonds, 2010

Nem sempre reparamos nos diamantes que tropeçam no nosso andar. Nem sempre perdemos tempo para contemplar a luz que nos ilumina, não a noite mas os dias por inteiro para além do tempo contado em unidades. Nem sempre estamos há altura de ver mais longe, para lá da matéria em que fixamos o olhar. Nem sempre encontramos a beleza onde ela existe sem senão - pura, translúcida, infantil. Perdemos tanto e percebemos quase tudo pela metade. Os olhos enganam-se e, às vezes, derrapamos numa cegueira continuada. Perdemos. Anoitecemos sem reparar. E o tempo foge mais depressa do que a nossa teimosia. O tempo é curto. Não nos espera. Vem, meu amor, à procura de tudo o que ainda não sabemos, e sabemos quase nada. A casa que construimos é o que nos falta descobrir e o que já encontrámos pelo caminho. A viagem é uma janela aberta virada para os diamantes que guardamos dentro e que nos oferecemos generosamente quando saimos à rua ao encontro uma da outra.

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