sexta-feira, 24 de junho de 2011

No jardim, ao fundo

Kelly Dempsey, Second Chance, 2006


Enquanto procuro no jardim o amor que de mim se perdeu, encontro folhas secas  que o tempo não poupou e espalhou pelo chão. Mas não falta verde de vida por aqui e por ali. O cheiro da terra molhada, que alimenta a vontade de florir, toma conta de mim como um perfume inevitável, forte e sólido, uma segunda pele que não se distingue da minha. E por aqui e por ali espreito, respiro e caminho. Não conheço tudo e procuro. Não me conheço tudo e, em mim, me procuro o que me perdi. O amor que não encontro depois do que conheci. Passeio os dias pelo jardim frondoso, onde o amor morava pleno e descuidado. Caminho por um lugar que, agora, desconheço e aqui sempre vivi. Procuro o amor que conheço num lugar que só existe em mim. Só aí o irei encontrar, no lugar exacto onde eu dele me perdi.

6 comentários:

água disse...

há q regar e adubar, sim :)
mesmo em terreno, no caso eu
obrigada, senhora
escreve e sente, creio, maravilhosamente

água disse...

*... terreno árido

Always disse...

Água,

Agradeço-lhe a atenção e o apreço manisfestado no seu comentário! :)

Se não cuidarmos do jardim, nada floresce, tudo murcha, a terra seca e torna-se estéril!... Temos acima de tudo de perceber que depende de nós, do nosso empenho enquanto 'jardineiros'

:)

whitesatin disse...

Levemente e de mansinho o Amor que existe em ti te trará de volta :)

Beijo grande!

Always disse...

Obrigada amiga, pelo teu voto de confiança. O Amor é a fé que nos condena e simultaneamente nos salva... :)

Um beijo

whitesatin disse...

Sem dúvida! É o princípio e o fim de tudo...é sempre o que permanence invariávelmente, na sua infinititude :)

Beijo