terça-feira, 26 de julho de 2011

Alegoria

Anabark, Debaixo do chão [JUN2008]

Havia um mundo que eu desconhecia e que respirava sem eu alguma vez lá ter chegado. Sob o chão havia cores que o sol nunca encontrou e objectos iluminados pela luz azul dos lugares que não se conhecem e que deslumbram pelo que não conseguimos alcançar. Debaixo do chão tudo era de outra cor e o brilho de todos os objectos eram um sol, constante, quente, que chegava a todo o lado. Deixei-me ficar por ali, viajando entre estações do ano sem inverno nem folhas mortas de outono. E nesse tempo que não passava, o mundo cá fora envelheceu, fustigado pelo vento e pela falta de luz. Já não vivo debaixo de chão, voltei ao meu mundo natural. Trouxe nos bolsos um bocadinho de azul, do tom que ilumina a vontade de descobrir o tempo que aqui corre apressado, debaixo de sol ou chuva, vivo, pulsante... real.

6 comentários:

água disse...

... bravo :)
presumo um levantada do chão

Always disse...

:)...
Entre o sonho e a realidade, há saber onde acaba uma coisa e começa outra. Vive-se no passar no que os dias reais nos acrescentam... o resto são projecções nas paredes da caverna de Platão.

Abraço! :)

whitesatin disse...

Muito bom! Só te falta voar :D

Always disse...

Espero pelos helicópteros... ;)

catarina disse...

following you for a few years.
obrigada eu. não foi a primeira vez que citei palavras tuas :)
x

Always disse...

Catarina,
Obrigada pela atenção ao longo dos anos... :)
Descobri as tuas fotos há pouco tempo (e por acaso) e tornaram-se ponto de passagem habitual na minha navegação. :)
Beijos