Bogdan Szadowski, 2008
Fechar os olhos e andar ao mesmo tempo. Apetece-me. Vaguear sem saber se torto ou a direito, inconsequentemente. Sem razão, sem destino e sem propósito, apenas andar por aí, por aqui e por além também. De olhos fechados como um recém-nascido que descobre as sombras como o mundo a tomar forma. Apetece-me não saber mais do que isso, ou menos talvez se for preciso. Apetece-me andar, sem encontrar destino, para não morrer num final de linha qualquer e poder continuar para além do razoável. Vaguear em mim mesma, ser caminho e vontade de caminhar ao mesmo tempo. Apetece-me partir descalça, sem as botas que a vida me calçou, e encontrar pelo caminho uma forma de andar sem por os pés na terra e não cair no impossível. Apetece-me desencontrar o tempo, as regras e a opinião dos outros. Apetece-me fechar os olhos, dar um passo em frente, e seguir o meu caminho, seja ele qual for. Manter-me de pé, como as árvores na sua inabalável vontade de tocar o céu... ou crescer, simplesmente, apoiada na ideia de Deus, antes, durante e depois do fim de tudo.
4 comentários:
Vai! :D
Sem dúvida foi dos mais belos que já te li.
Há momentos que precisamos sair, sair de nós mesmos, sair da rota traçada e procurar um destino que nos leve mais longe, ou mais perto, o importante é ir, seguir, sem destino, o nosso destino. *
De helicóptero era mais gira a viagem, Nat! ;)
Um abraço!
Obrigada LC... :)
...e sim, é preciso sair, caminhar, ir mais longe para ficar mais perto do que nos é mais importante e fundamental.
Não vamos saber o caminho de antemão - temos sim de confiar no sonho e na vontade e saber correr riscos sem desistir!
Abraço :)
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