Hoje enfeito o dia de verde esperançoso e vermelho cor de vida a condizer com a paisagem que a minha vista alcança quando olho para ti. Não te dás conta das vezes que fico a olhar para ti e a percorrer campos e colinas de vida, passado, presente e futuro. Não está à vista o tom de sangue que me aquece quando me chegas num beijo. Vermelho de sangue pulsante, incandescente como fogo. Não te dás conta do verde e do vermelho que me pintam o caminho por te saber comigo, sempre e completamente. Não sabes nem eu te consigo dizer mais do que os meus olhos te mostram honestamente todos os dias, ainda que nem sempre te dês conta do tanto que os meus olhos olham para ti.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Delay

Esqueci-me. Foi num dia 4 de Outubro. há 3 anos atrás. Naquele tempo todos dias eram noite escura. O sol deixou de ser e o corpo vivia aos tombos á procura dos pedaços do amor estilhaçados pelo chão. Há 3 anos atrás fingia que havia vida para além de ti e morria ao minuto, morria cada vez mais, fatalmente adoecida pela tua ausência. Foi assim, de olhos sofridos, rasos de água e dôr, que deixei as primeiras palavras dentro de um copo vazio. Foi há 3 anos atrás... noutra vida cujo único elemento constante somos nós, três anos depois, renascidas, mais fortes, infinitas. E talvez imortais.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Anatomia do coração

Porque às vezes na ficção encontramos palavras certas, cheias de sentido exacto que explicam a verdadeira anatomia do Amor:
"(...) Burke: Cristina...I could promise...to hold you...and to cherish you. I could promise to be there in sickness and in health. I could say...till death do us part. But I won't. Those vows are for...optimistic couples, the ones full of hope. And I do not stand here on my wedding day optimistic or full of hope. I am not optimistic. I am not hopeful. I am sure. I am steady. And I know. I am a heart man. I take 'em apart. I put 'em back together. I hold them in my hands. I am a heart man. So of this I am sure...you are my partner...my lover...my very best friend. My heart, my heart...beats for you. And on this day, the day of our wedding, I promise you this...I promise you to lay my heart in the palm of your hands. I promise you... me. (...)"
"(...) Burke: Cristina...I could promise...to hold you...and to cherish you. I could promise to be there in sickness and in health. I could say...till death do us part. But I won't. Those vows are for...optimistic couples, the ones full of hope. And I do not stand here on my wedding day optimistic or full of hope. I am not optimistic. I am not hopeful. I am sure. I am steady. And I know. I am a heart man. I take 'em apart. I put 'em back together. I hold them in my hands. I am a heart man. So of this I am sure...you are my partner...my lover...my very best friend. My heart, my heart...beats for you. And on this day, the day of our wedding, I promise you this...I promise you to lay my heart in the palm of your hands. I promise you... me. (...)"
Votos de casamento do Dr. Preston Burke de "Anatomia de Grey" (Serie 3, Epis. 25)
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Expedição
Vá, vem daí, anda contar as pedras que fazem o infinito que temos pela frente por entre terra e mar. Porque nada nos separa e o céu inteiro nos ampara. Anda, vem daí, vem mais longe, sempre mais além, temos tanto para alcançar. Damos voltas e mais voltas porque a terra não se acaba onde o mar começa. Temos sempre um céu infinito como horizonte e mesmo o chão ao contrário é feito desse azul sem tempo e sem fronteiras para além da nossa vontade. Daqui vejo um mundo inteiro para descobrir para além de tudo quanto já temos arrecadado. Anda, vem daí, sempre comigo, pelo caminho que nos segura corpo e alma sem cansaço porque nele confiamos um mesmo coração.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Desabafo
Está calor. Estou um bocadinho farta de transpirar todo o dia…
Ontem foi o equinócio de Setembro e eu tenho urgência do aconchego do Outono.
Desculpem a falta de propósito do desabafo...
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Ponto X
Aqui, encontradas, inteiras, numa peça única. Os desajustes de calendário não passam disso, mas são injustos para ambas as partes - quem vai à frente vai sozinho, quem fica quer partir porque a espera se torna longa quando se suspende o abraço. Assim se explica o desassossego deste desencontro de dias que me fez voltar sem ti e te fez voltar a mim mais tarde. Assim explico eu o Amor que se mede pela pressa de chegar-te e tu a mim, com a ansiedade da primeira vez. Aqui de novo, completas, inebriadas reciprocamente, na partilha do mesmo estado de alma como se todos os dias, todos os anos, toda a vida fosse apenas um minuto em que apostar tudo vale sempre a pena.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Quase aqui
Já é hoje e hoje é voltar a estar inteira. O tempo de espera esgota-se e a cor da vida regressa ao corpo, aos olhos e aos gestos. A medida do tempo é um estado de espírito. Hoje somos a terra outra vez em movimento. A medida da saudade, se a saudade se medisse, é a eternidade. Longe ou perto, quem ama vive sempre de saudade. Mas hoje que voltas para onde estiveste sempre, o coração celebra reencontro do olhar. Chega-te depressa a mim que me custou tanto esperar-te.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Falta o quase
Os dias grandes são, por vezes, demasiado grandes, sobram no vagar que arrastamos nas horas teimosas, vazias, que duram mais do que o suficiente. Nesses dias é o inverso que avança e que nos ultrapassa. A sensação de que falta tudo para coisa nenhuma toma conta de nós como uma espécie de bolor antigo. Os dias grandes não se definem, demoram e demoram-nos no impasse, na espera, no porvir. Os dias grandes são erráticos, tiranos. São assim os dias em que te espero, grandes e asfixiantes. Os dias em que te espero são uma prisão onde, hora a hora, sucumbimos à claustrofobia da deambulação.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Falta muito?
Agora que voltei, não paro de fixar o ponteiro das horas. Espero. Faltam quantos dias? Menos um do que ontem, eu sei, que é como quem diz faltam quase todos! Poucos, tão poucos para alguns. Para mim muitos, porque até me voltares parte do que sou está ausente, logo não existo completamente. Vim à frente e enquanto não chegas conto as pedras que o mar nos deixou e que não apanhámos. São tantas, muitas, infindáveis... como as saudades.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Descompressão
Dias de descanso, dias que se resolvem em si mesmo sem pensarmos muito nisso. Dias em cujo o único assunto é a ausência de assunto com que percorremos as horas, como se o tempo fosse todo nosso. Dias que começam sem príncipio e terminam sem fim definido. Dias que podem ser tudo e se forem nada tanto melhor. Dias de vagar que passeamos sem compromisso e sem planos fixos. Dias em que nos demoramos nas horas que escapam de um relógio despreocupado. Dias de férias e férias dos dias matemáticos e disciplinados. Férias para recuperar um outro passo, mais cheio do que é importante e primordial. Férias. Volto depois do intervalo.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Momentos abstractos
Tenho dias. Às vezes não sei se existo, se sou ou estou naquilo que muda o sentido do verbo ser para o verbo estar. Tenho dias. Por vezes acredito que sou infinita e que tudo à minha volta é infinito. Tenho dias. Outras vezes sou matéria e vivo um dia de cada vez, porque aprendo que a vida é uma sucessão de dias e não um plano estável, definido e acabado, que cumprimos com rigor ponto por ponto. Tenho dias, mas todos eles contigo e a viagem das horas, sabendo-te comigo, acontece-me lúcida, transparente como água pura de uma nascente do centro da terra que só a natureza tocou. A essência dos meus dias é a certeza de tudo o que existes em mim nesse estado de tal forma translúcido que caminho a noite dos dias desencontrados de lógica sem chocar de frente com o abstracto, porque amar é o oposto do abstracto, é uma linha que desenhamos contínua num espaço com margens de infinito. Assim te desenho eu, em cores de vida todos os dias.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Dias sem geometria

Passam dias demasiado voláteis, quase translúcidos, feitos de matéria impalpável que só a alma toca e segura. Passam dias em que me escondo em ti do mundo e, nesses dias, deixo-me ficar quieta, imóvel, sem tocar em nada para que o encanto não se quebre e as cores não desapareçam e se instalem os cinzentos infinitos que nos vigiam como aves de rapina do lado de fora do que é nosso. Nesses dias suspensos, quase mágicos, pelo desafio de não obedecerem às leis habituais do espaço e do tempo, gosto de te observar sem dares conta, como fazem os anjos invisíveis que, supostamente, olham por nós no alto dos edifícios. Nesses dias tudo fora de ti é superficial, monótono, plano. Procuro-nos, sobretudo, a irregularidade porque nos dá graça e consistência em três dimensões. Procuro-nos a relevância dos planos a partir de dentro, porque assim existimos fora do desenho, para além da projecção. Interessa-me essencialmente a realidade em que tu e eu somos percurso e linha do horizonte.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Natureza curiosa
Porque a curiosidade é sempre um acto espontâneo em qualquer aprendizagem, é essencial observar, integrar e compreender. Somos mais se estivermos atentos. Somos nós por nós mesmos e mais aquilo que nos acrescentamos todos os dias pelo que sabemos aprender através do olhar curioso e espontâneo sobre todas as coisas. Assim é viver. Receber e dar, desinteressadamente, ao mundo o que sabemos em diferentes cores. A vida é assim… tudo a condizer.
terça-feira, 30 de junho de 2009
A linguagem dos objectos

Pé ante pé, antecipando o corpo todo, espalho vestígios pelo quarto onde te encontro um sorriso antes de adormecer. Esqueço-me do dia e das horas que passaram até a noite nos abraçar. No momento em que me arrumo em ti já só cabemos nós e o que desarrumamos com o desassossego do corpo e a febre de quem ateia um fogo descontrolado desde o princípio do mundo. Amanhã, quando a noite chegar ao fim, vou tropeçar, com cuidado, nos restos de ontem espalhados pelo chão e reparar no que ficou escrito no escuro na cumplicidade de objectos dispostos numa espécie de ordem ditada pelo acaso. Mas tudo em meu redor me diz que nada acontece por acaso. Olhando para ti, acredito. Tenho fé nas pequenas coisas, em pequenos gestos, como gotas de água transformadas em oceanos.
domingo, 28 de junho de 2009
Depois do tempo
Assim. Arrecandando vestígios e marcas de quase tudo o que surpreende na alma. Assim, coleccionando o tempo no que, da sua passagem, vai ficando em todos espaços dentro e fora de nós, vivemos. Assim te vivo eu no desdobrar das horas sempre a desejar que elas se prolonguem e nos projectem, um dia, nessa prometida dimensão onde nada de nós se acabe, nada morra e tudo cresça para além do espaço e do tempo. Assim te sonho e nos sonho eternas e indivisíveis. Assim nos quero na vida e na morte. Assim, sem tempo. Quero olhar para as paredes, para os livros de letras a perderem-se no papel, paras ruas por onde caminhamos os dias e reparar que o tempo passou contigo ao meu lado. Assim. Com a mesma certeza do primeiro momento e vontade indomável de vivermos para sempre, partilhando com a mesma intensidade o tempo e a sua inevitável relatividade.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Massa de ar frio
Amanhã, enquanto eu não chego, guarda-me o dia inteiro como se eu fosse um livro que não queres acabar sem me teres à distância de um beijo a sussurrar-me a última frase. Leva-me para todo o lado quando saíres para o dia que começa e não me percas de vista nem me esqueças um instante que seja. Eu estarei a ir, a percorrer quilómetros cheia de pressa, a acelerar a máquina que não é do tempo, mas que eu gostava que fosse para te voltar sem demoras. Amanhã saio mais cedo em direcção ao norte e terei frio durante todo o dia porque deixo os teus braços, ainda adormecidos, à minha espera. Parto agasalhada porque o inverno é o que me fica quando me separo de ti, por breves instantes que sejam. Amanhã segura-me as horas que faltam para voltar-te e sopra-me recados tontos que apressem a viagem e a hora de chegada. Sem longe nem distância, não sei deixar-te sem mim nem sei estar sem te saber comigo.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Movimento pela igualdade - MPI
Convido todos quantos por aqui passam a assinar a petição do MPI :
e a visitar o site em www.igualdade.net/
Porque um Estado de direito democrático existe para defender os direitos e garantias fundamentais de TODOS os cidadãos e não apenas de alguns e porque não podemos permitir que a sociedade se baseie no príncipio de que 'todos somos iguais mas alguns MAIS IGUAIS do que outros'.
Constituição Portuguesa - Artigo 13.º da PARTE I
(Direitos e deveres fundamentais - Princípios Gerais)
(Princípio da igualdade)
1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
Não será isto suficientemente claro para todos sem excepção?
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Precisão
Fosses tu uma espécie de lugar que o tempo não define e eu o momento tornado infinito de quem descobre terra a acabar o mar e as palavras que nos explicam e nos descrevem teriam outra precisão. Porque o que não se vê nem sempre se escreve de forma precisa, nem sempre as palavras são fáceis de entender, porque o pensamento e a eloquência falham, porque as ideias nos falham, porque o talento é algo tão raro como o amor e é tão difícil conjugar as duas coisas... Tenho o Amor que sonhei, falta-me o talento da precisão com que sinto para ser exacta na descrição. O valor absoluto do Amor existe numa outra dimensão, onde tu e eu navegamos exactas num mesmo e único plano.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Tu ali, em todo o lado
De pensamento solto sempre ao teu encontro saio para o sol que me espera lá fora. E, enquanto os nossos olhos não se cruzam e ficam um no outro a trocar segredos e outras coisas com e sem importância, vou e venho muitas vezes até onde te sei, ou onde te imagino, para matar saudades. Espero-te em todo lado, ao dobrar da esquina, ao funda da rua, à saída de um edifício de um e do outro lado da estrada. Toda a parte é toda a parte e o meu pensamento solto é indisciplinado e impreciso. Daqui até aí todo o espaço se resume ao momento da chegada.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Éden
Não saias daí. Deixa-te ficar na minha vontade de água fresca todo o ano, nesta sede que tenho do teu corpo transpirado e exausto enroscado no meu. Não te mexas, deixa-me saborear o fruto acabado de colher, de cores vivas e permanentes como o teu perfume omnipresente em todo o lado por onde passo sempre a caminho de ti. Deixa-te ficar neste momento doce em que os meus beijos te procuram a frescura do que me és na alma, no que me fica de forma inteira mesmo depois de adormecermos. Fica assim como um amor primeiro e último porque não quero mais nada do que o infinito que me refaz os dias cheios de certeza de que o mundo é nosso, apenas nosso e todo o resto é fado. Eu contigo e tu comigo somos o destino marcado. Não saias de mim, deixa-te descansar no corpo que te aninha no desejo vivo e fresco, acabado de nascer sôfrego e sempre desassossegado.
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