Eric Laflamme, Sem título, 2007
Se acordares sobressaltada, estende os lábios que eu estou sempre à distância de um beijo. Não durmo, fico entre cá e lá, para ter a certeza que dormes tranquila e que os lugares por onde tu passeias são seguros e feitos deste 'nós' absoluto e indivisível. Se acordares fora de sonhos que fazem feliz, refugia-te no meu abraço para além do sobressalto porque eu sou real, os pesadelos não o são. Adormece em mim com a certeza de que a minha mão te segura sem nunca te deixar cair. E sonha comigo. Acordada ou a dormir, estarei lá porque só onde tu estás existe vida, sabor e etermidade. Quero ser eu a acordar-te e não um sonho mal iluminado ou uma noite mal aconchegada. Quero despertar-te, como fiz esta manhã, no mesmo beijo em que nos adormecemos. O teu corpo no meu descansa e desassossega o suficiente para acordarmos ao mesmo tempo que o dia chega e o Amor recomeça o que fazia, ensonado, a noite passada.
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