quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Carta

Analogic, Sem título, 2006


Desculpa, meu amor, pelos dias que faltei aqui, por tudo o que não escrevi mas que te fui dizendo baixinho e ao ouvido. Não me faltam palavras porque as palavras fazem parte de um sistema de arranjos e combinações infinitos com milhares de palavras para arrumar na ordem e no propósito mais próximo do que somos, do que queremos, ou muito simplesmente do que gostaríamos de dizer ou fazer saber. Tenho páginas e páginas em branco e muitas coisas para te dizer sob a forma de palavras, palavras de Amor porque te sinto tudo em mim e porque te amo para além de tudo. Mas por mais que se diga e que se explique fica quase tudo por dizer quando sentimos o universo inteiro dentro do coração. Porque as palavras são insuficientes e limitadas, não explicam o inexplicável nem a intensidade do arrepio que nos percorre. Porque as palavras são pequenas e nelas não cabe o que somos tão completamente uma na outra. Porque tu e eu somos o infinito.

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