quarta-feira, 16 de abril de 2008

Contigo

Jeffrey Jones, Tree-hood, 2006

Procurei à minha volta e encontrei-me um carro velho, não muito antigo. E dentro dele havia vida. E quase por acaso, se o acaso existisse, percebi a essência do Amor. Reconheço o ferro, que o tempo foi tornando inútil, e a força com que abraça a vida. Porque a vida não é forma, mas sim conteúdo e o tempo apenas um artíficio que nos empresta um sentido nem sempre muito claro das coisas. E quase nunca andamos em tempo certo ou chegamos a tempo à vida. Mas, por vezes, o milagre acontece e esse momento raro de sincronia absoluta vale o tempo desperdiçado e os sonhos em que nos embrulhámos pelo caminho. Do carro velho nascem árvores. As flores, que são de aço, crescem no resto do jardim. Seja eu eternamente o carro que, ainda que gasto, abraça a vida com a força do Amor com que te vivo. Seja o Amor que me transborda os dias a robustez dos troncos de árvore que crescem, decididas, a tocar o céu e as estrelas onde mandei gravar o teu nome.

6 comentários:

André Mans disse...

inspiração!

GinjaNinja disse...

Sem dúvida, inspiração;) esperamos que com transpiração também. Até com um carro antigo fazes um post amoroso...ahahaha. Incrível! Bjs

whitesatin disse...

Fantástico, Always!

Beijos

Always disse...

Mans, André

O Amor, como a dor, inspira. :)

Always disse...

GinjaNinja,

Até restos de comida eu transformaria num manjar de inspiração - a transpiração é muita! Mas enquanto se transpira não se escreve, é uma questão de prioridades! Hehehe...

Beijos

Always disse...

Whitesatin,

Bons olhos te encontrem de novo... :)

Um abraço