segunda-feira, 30 de junho de 2008

As ondas de um copo água

Charles Rettner, Liquid Ice

E as tempestades de que, às vezes, escrevo, são ondas num copo de água. São feitas de vento e de vontade de ser tudo mais e sempre melhor. São tempestades em que as agulhas de chuva são faíscas de Amor em lume, num incêndio permanente. São quase nada e tudo na mesma hora. São um querer desesperado porque impaciente. As tempestades que nos acordam numa côr diferente são a força de nos querermos mais do que nos podemos imaginar. As tempestades que nos agitam momentos nem por isso inteligentes são a intensidade que nos segura o abraço em que sempre adormecemos. A tempestade só é tempestade quando não percebemos que somos maiores do que o mar insignificante que acontece num copo de água agitado. Porque somos um universo sem princípio nem fim. Se somos mar que sejamos sempre sem limites o beijo que nos navega infinitamente corpo, alma e coração.

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