segunda-feira, 22 de setembro de 2008

E se depois?

Lawrence Ripsher, This Forgotten Place, 2006

E se depois? Quantas vezes nos refugiamos na pergunta à qual não podemos responder, pelo simples facto de não haver resposta no momento em que nos ocorre perguntar. Não sei, nunca soube, responder ao que se espera de um 'E se depois?'. E o que é que isso interessa agora? Muito pouco, quase nada. Vejo-te suspensa naquilo que se vai passar daqui a bocadinho e só me apetece sossegar-te, porque, mesmo que nada aconteça, mesmo que permaneças no mesmo sítio depois de uma longa espera, vai correr tudo bem. Sabes porquê, meu amor? Talvez não saibas, mas eu sei. Porque continuas igual a ti, intacta, inteira. Porque continuas tudo o que sempre foste e mais ainda pela experiência que os dias te acrescentam. Porque esse tudo é incorruptível e isso é uma vitória. Porque o teu caminho é tudo o que sabes construir num universo maior que transcende o mundo dos outros. Porque vales mais do que eles conseguem perceber e não podemos torná-los mais espertos do que a imperfeita humanidade que lhes assiste. E se depois de tudo eu pudesse escolher, serias tu, sempre única e incontornável. E depois disso serias ainda a minha razão de sentir o infinito.

Sem comentários: