quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Durante o dia

Lee Rudd, Holding back, 2008

Assim, a perder de vista é este lugar onde pertencemos antes, durante e depois do mundo. Assim, onde o horizonte não existe na paisagem ilimitada do que somos, vamos desenhando as horas, uma a uma, numa mistura de cores que, sobrepostas de saudade, se esbatem, a preto e branco, em tons de cinzento onírico. Às vezes, chego a fechar os olhos por segundos e assim viajo-te num espaço indefinido, num tempo difuso, onde somos sem fronteiras, quase imateriais. Nestes instantes, toco a eternidade com a ponta dos dedos na pele que, de memória, se passeia e que passeando-se se incendeia. No intervalo que nos separa o corpo, percorro a distância à velocidade escaldante das ideias que tenho de passado, presente e futuro contigo. E depois corro ainda mais depressa porque o tempo urge e é sempre pouco o que nos sobra nesse lugar que ocupamos em todas as direcções, onde beijos e abraços recuperam, pela noite fora, da privação da luz do dia. São cruéis as horas que passam desertas de ti.

2 comentários:

underadio disse...

Aiii, Always, Always, tu por favor, hoje q não é hoje, deixa-me aqui dar um suspiro longo e profundo q preciso mesmo desabafar...e bem sabes como detesto suspiros...mas estava mesmo a precisar.

Obrigada.

Always disse...

Underadio,

Espero que, hoje, te sintas um pouco melhor e mais aliviada depois do suspiro de ontem. Sente-te sempre à vontade por aqui onde os suspiros fazem todo o sentido... :)

Um abraço