quinta-feira, 17 de março de 2011

Amor em contratempo

Harry Behret, Fences, 2004

E se o Amor, para se provar Amor, se testa a si próprio através obstáculos difusos pelo caminho, em vez de nos deixar seguir numa recta a perder de vista o princípio, o prazer da viagem e o sentido da caminhada? E se tudo o que se sofre, chora e luta é a prova de fogo do Amor àqueles que junta como amantes privilegiados? Se o Amor nos empurra e nos faz cair à espera de nos ver levantar mais fortes, tudo o que deixamos cair ao chão continua no mesmo sítio à espera de ser reencontrado. Por tudo o que vivi sei que o Amor não tem prazo de validade. O Amor é sem tempo - tem contratempos, momentos de desencontro quando está desarrumado, mas não se acaba como algo consumível. Não é finito aquilo que não se define materialmente. O Amor vem de dentro, surge e sente-se sem explicação. Não acredito que se acabe aquilo que nem tu nem eu podemos tocar pela nossa vontade. Esquecer? Procurá-lo noutro lugar aonde não está e poderá nunca vir a estar?... Talvez, mas só depois deste coração morrer - prefiro chorar, sofrer e lutar mas, no fim, dizer que AMEI.

Sem comentários: