segunda-feira, 18 de abril de 2011

Interiormente

John Hamers (Jan. 2011)

Não se pode dar mais do que se tem nem querer receber mais do que nos é dado. Não podemos exigir o que não temos para dar nem pedir o que nos é negado. Não podemos receber sem ter vontade de retribuir nem insistir dar a quem não quer receber. Não podemos continuar onde não há lugar para nós nem ficar à espera do que não existe. Não se pode ser sem acreditar nem se pode acreditar sem saber quem somos e qual é o nosso lugar. Não se pode querer dos outros o que não sabemos sobre nós nem procurar fora as respostas a perguntas que são só nossas. Temos de aceitar que somos imperfeitos,  frágeis e inseguros e que precisamos de acreditar que, acima de tudo, somos bonitos por dentro e confiar que somos gostados mesmo que nem sempre nos seja óbvia a razão desse gostar. Temos de ser mais interiormente em tudo o que nos achamos suficientes...

6 comentários:

Lábios de Caprichos disse...

Já nao resisto a passar por aqui. Pela franqueza no sentir. Pelo coração latente de sentimento. Pela compreensão enquanto leio.
Apesar de ñ se poder, damos muitas vezes mais do q podemos e conseguimos. Esperamos sempre mais e diferente. Mas acredito que qdo nos desiludimos, qdo nos decepcionamos conhecemos um pouco mais de nós, do quanto também somos imperfeitos, e do quão fortes conseguimos ser.

Always disse...

E ainda bem que passas e deixas ficar o teu ponto de vista com a mesma franqueza e honestidade com que eu vou escrevendo o que sinto e o que penso desta nossa existência fragmentada pelas circunstâncias que compõem a vida.

É verdade que o que não nos mata torna-nos mais fortes, como disse Kafka um dia. E é tambèm verdade que alguns de nós conseguem sair deles de si mesmos e dar com humildade de alma e sem limites no coraçao.

Quando as coisas não correm como esperamos e acabamos desiludidos, deviamos, sem dúvida, parar para pensar e submetermo-nos criticamente a uma auto-avaliaçao, para perceber o que é que em nós falhou e qual a extensão da nossa responsabilidade. É um exercício doloroso de auto-exposição, não tenho dúvida, mas é também uma oportunidade de auto-conhecimento e, quem sabe, de resposta a muitos aspectos mal resolvidos em nós. Como bem dizes, podemos aprender o que nos falta de nós mesmos e tentar ser mais e melhor no futuro. Seremos sempre imperfeitos, mas podemos evitar os erros que já identificámos em nós.

whitesatin disse...

Não podia estar mais de acordo, tanto com o texto como com os comentários :)

Vivendo e aprendendo, responsavelmente, não é?

Grande abraço

underadio disse...

: ) humhum, tb não posso deixar de deixar um comentário a concordar.

Beijinhas

Always disse...

Querida N,

Não posso deixar de me sentir confortada pelo reconhecimento de que aquilo que digo e sinto faz sentido a quem lê e que tem experiência de vida suficiente para validar a minha perspectiva das coisas! :)

Um abraço!

Always disse...

Underadio,

Um beijo para ti e agradeço a sintonia em relação à minha perspectiva da vida. :)