sexta-feira, 15 de abril de 2011

Naturalmente

Gerd Benninger, Blatt

O rio deve correr por sua conta e risco... naturalmente. Não adianta forçar o curso de águas na nossa direcção. Aquilo que nos estiver destinado vem de livre vontade, porque a inevitabilidade do que tem de ser ninguém pode contrariar. Não quero mudar nenhuma montanha de lugar, quero aceitar os acidentes da paisagem e caminhar para além deles. Quero subir e descer montanhas e atravessar os rios que tiver de atravessar para chegar ao meu lugar. Sem passado nem futuro, sem planos nem ambições, sem mágoas nem ressentimento. Sem dúvidas ou dilemas. Tudo o que tiver de ser, será. Quero apenas que a vida me aconteça com a naturalidade das águas de um rio ou da flor que nasce livremente na sua margem.

2 comentários:

whitesatin disse...

:)

“(…) Sabes qual é o erro que cometemos sempre? Acreditar que a vida é imutável, que, mal escolhemos um carril, temos de o seguir até ao fim. Contudo, o destino tem muito mais imaginação do que nós... Precisamente quando se pensa que se está num beco sem saída, quando se atinge o cúmulo do desespero, com a velocidade de uma rajada de vento tudo muda, tudo se transforma, e de um momento para o outro damos por nós a viver uma nova vida.
Se, esteja onde estiver, arranjar maneira de te ver, só ficarei triste, como fico triste sempre que vejo uma vida desperdiçada, uma vida em que o caminho do amor não conseguiu cumprir-se.
Tem cuidado contigo. Sempre que à medida que fores crescendo, tiveres vontade de converter as coisas erradas em certas, lembra-te que a primeira revolução a fazer é dentro de nós próprios, a primeira e a mais importante. Lutar por uma ideia sem se ter uma ideia de si próprio é uma das coisas mais perigosas que se pode fazer.
E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera.
Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai onde ele te levar (…)"

Excerto do livro, "Vai aonde te leva o coração", de Susanna Tamaro

Um beijo e um abraço :)

Always disse...

Não fui eu que escrevi isto e tenho pena. Resume tão bem toda a questão!
E como não há nada mais triste do que uma vida que não conseguiu cumprir-se no caminho do Amor, subscrevo o conselho: 'ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai onde ele te levar'... Essa é a essência da vida! Tudo o resto, são restos, miúdezas, fraquezas de alma...

Obrigada N. pela partilha - não podias ter escolhido texto mais apropriado... e certeiro! :)

Um beijo!