Anabark, Giants in the sky (JUN2010)
Lá em cima, onde o espaço é infinito e o sol nunca dorme, as nuvens tomam a forma da nossa imaginação. Posso imaginar apenas massas de ar ou inventar-lhes contornos e uma história para contar, em que tudo pode acontecer, ou talvez nada como numa pintura abstracta. Vejo o que quero ver, às vezes vejo fantasmas, projecções de medos difusos que não consigo nomear. Cá em baixo, as nuvens são diferentes, umas vão e outras ficam, indiferentes às estações do ano. Umas são reais, outras nem por isso. São momentos, uns felizes outros não. Vemos o que queremos, tanto bom como mau. Nem sempre os olhos são justos, nem sempre compreendem a paisagem. Às vezes vivemos às escuras e teimamos em nada ver simplesmente. O coração sei que vê para além das nuvens, mas nem sempre confiamos o suficiente para olhar de frente e abraçar a claridade - ficamos parados a inventar fantasmas maiores do que o céu que não tem fim.
4 comentários:
Brilhante! Fizeste-me recordar o "Fernão Capelo Gaivota" e saltou-me uma pipoca no cérebro. Obrigada, as tuas palavras são sempre certeiras :)
Um dia destes conto-te a história da pipoca...por agora fica na mente a música da série "Era uma vez...o Espaço" = "Lá em cima há um céu de cetim, há planetas, há estrelas sem fim, há cometas que parecem voar, lálálá..." :D
Um abraço! :)
Obrigada, N. ... :)
Agora fico preocupada com a pipoca estalada... ;)
E agradeço também teres-me feito recordar essa série fantástica (no meu tempo era mais a 'Era uma vez...o Homem', eu adorava essa música!!
Um abraço!
O ser humano teima em fazer enfatizar demasiado a vida, ao invés de senti-la, simplesmente, de coração aberto... deixamos que os fantasmas vivam demasiado tempo dentro de nos, deixamos que dias cinzentos nos arrepiem, deixamos que o medo nos conduza a lado nenhum muitas vezes.
Adorei ler-te, mais uma vez *
Lábios de Capricho (perdoa, se algumas vezes, abrevio para LC),
No fundo todos temos uma faceta masoquista subjacente que nos limita a tirar pleno partido da vida. Preferimos acarinhar fantasmas e traumas em vez de valorizar e promover os momentos felizes. E é como tu dizes: assim 'não vamos a lado nenhum', ficamos presos no mesmo sítio.
Obrigado pelo teu feedback... :-))
Um beijo!
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