Nos dias em que nos são úteis, sinto o mundo encolher e tornar-se tão pequenino que, às vezes, chega a desaparecer. Outras vezes, vai ficando tão difuso e indefinido que se torna, simplesmente, invisível. Nesses dias raros, porque únicos para nós, a matéria que nos funde é de uma outra grandeza e consistência que só estremece perante uma catástrofe natural. E somos sem tempo e sem fim encostadas uma à outra, a ordem de todas as coisas, mesmo daquelas que ainda não são. Tudo quanto existe perde centralidade e a pertinência relativiza-se numa inversão voluntária de prioridades. Tudo quanto existe somos nós, o princípio e o fim de tudo e não o mundo que nos sobra. Nos dias que nos são úteis, o universo deixa de ser uma ideia da física e da matemática combinadas. Nos dias que nos são úteis, somos o infinito e todas as combinações e probabilidades de existência.
6 comentários:
Levaste com um dardo...
A abstracção das palavras a completar a (in)utilidade dos dias...Muito bonito, as Always.
Um abraço
Tenho um nó no cerebro,,,, lololol.
Bjs
BrokenAngel,
Levei com uma bigorna em cima, acho eu! LOL
S-Kelly,
As palavras em si são signos abstractos. A consistência vem da lógica que as segura entre si numa sequência rica de significados.
Obrigada pelas tuas palavras de apreço. :)
Um abraço
The White Scratcher,
Neste preciso instante tenho um nó no estômago... LOL
Um abraço
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