Yannis Logiotatides, Stair, 2008
Neste intervalo, que não tenho mas que invento para te chegar, confesso que as horas do dia acontecem mais plenas nos instantes em que te sonho e me sonho contigo. E sorrio. E tudo o resto me parece insignificante pelo que lhes falta de nós. Porque tudo o resto acontece num contra-relógio para te voltar. Neste intervalo, que o tempo real não me permite, mas que eu insisto em inventar, regresso-te vezes sem conta e, em ti, descanso da corrida, das subidas e das descidas, e em ti permaneço o tempo suficiente para recuperar a força necessária para dar a volta e fazer tudo o me falta para te poder voltar de alma inteira e corpo sedento do teu abraço. O coração fica sempre contigo, aninhado, à espera de nós no mesmo espaço. E sorrio, contente, por ser assim, sempre eu em ti e tu em mim.
2 comentários:
Encontros e reencontros, subir e voltar a subir, num ritmo que é próprio e com a sensação que o tempo nunca vai faltar. Sensação óptima.
White,
Sorrio ao encontro do que tu dizes :).
É, de facto, óptima esta sensação do encontro num tempo próprio, fora de todos os relógios do mundo.
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