quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mundo insuficiente

Paulo Calafate, Canon G10 series, 2009
Não acho que o mundo tenha sido feito para nós. Não foi. Importa navegar pelo tamanho das ondas e não esperar o que procuramos, importa partir do nosso lugar e encontrar ilhas para sentir e querer mais do que o mundo nos mostar. O mundo não foi feito para nós. Importa, no peito, a coragem rumo à dor que houver para vir e dar sentido à viagem do que em nós temos por descobrir. O mundo não foi feito para nós. O mundo é feito por tudo o que somos capazes de alcançar, pelas ondas que persistem como vontade de navegar. Importa, antes de morrer, saber que tocámos quem nos tocou, que agarrámos o que sentimos e quisemos segurar. Partir em paz é ter, na alma, uma paixão alimentada por Amor. Viver é esculpir o mundo à nossa medida, dar-lhe a forma dessa paixão que nos segura, lado a lado, num imenso mar que somos nós numa só.

Sem comentários: