Saí à pressa de casa. Deixei coisas por fazer, desarrumadas, e outras tantas espalhadas pelo chão. Nem sei se me vesti completamente, nem reparei em nada a não ser nos ponteiros do relógios em nítida provocação. Saí à pressa de casa. Não sei se fechei a porta, se apaguei as luzes nem sei se trago comigo as chaves da porta para poder entrar logo mais à noite. Sei apenas que trouxe as saudades que tenho tuas porque me estão debaixo da pele, inevitáveis, constantes e incómodas como sal numa ferida. Corro pelo dia fora em carne viva, com a ansiedade de quem não sabe se o dia terá fim. Já passaram muitos dias desde que somos uma mas continuo ansiosa à espera de voltar-te como a vida que me corre nas veias, em tudo em que me cumpro e nos descubro em certeza e sentido.
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