quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Química de alcova


Vamos imaginar que é apenas um alcalóide natural, chamado Feniletilamina, que põe em acção a dopanima, a oxitocina, a norepinefrina, a serotonina e todas as outras 'inas' que desconheço mas que acontecem em mim durante um beijo teu. Vamos imaginar que é apenas bioquímica e que o estado de paixão não é mais do que a combinação de diversas substâncias químicas misturadas, sem esquecer as feromonas. Então por que é que os teus beijos são diferentes de todos os outros beijos que experimentei na minha vida? Por que é que os teus braços são mais à minha medida do que todos os abraços que me embrulharam antes? Por que é que só a tua pele é a pele da minha pele? E por que é o teu cheiro é único e inconfundível? Por que é que os teus fluxos de prazer me enlouquecem de sede como se não existisse outra água nem nunca tivesse existido? A endorfina que em mim se liberta quando as minhas e as tuas outras 'inas' se combinam é quase inexplicável, não fosse a ciência dar-lhe nome e um nexo causal. Hoje, recordando o estado de sítio dos nossos lençóis de ontem, lembrei-me de pensar cientificamente no assunto. Não cheguei a uma conclusão diferente daquela que, no estremecimento do prazer, te segredei, ao ouvido: 'AMO TU'.

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