sexta-feira, 18 de março de 2011

O que não adormeço...

Adalberto Tiburzi, Id-entity series - Glass, 2005

Aninha-me uma imensa tempestade e não consigo adormecer... Não durmo porque tenho medo do escuro mesmo quando o quarto está iluminado. E sonho-te, de olhos abertos, com o vagar impaciente de quem espera. Sabes o que te procuro, meu amor? Não procuro mais do que o que eu sinto e do que te encontro quando a mim te dás. Não quero mais do que o tamanho infinito do que abraço em ti, porque não existe mais para além disso. Perdoa-me se te parece impossível. Trago em mim esta ideia a segurar-me o corpo, a alma e o coração contra o desequilíbrio da tua ausência porque as saudades são escuridão e nelas tropeço noite e dia, dia após noite após dia. Não sei amar-te menos hoje do que amei completamente, ontem, no silêncio e na distância de um copo vazio.