Anabark, Quadradinhos [JUL2011]
Contruir o mundo que melhor nos convém é uma forma de nos descobrirmos intrinsecamente e de espelhar o que somos para fora. Mas o mundo existe de forma independente e não se define nesse egoísmo de percepção do 'eu' como medida de todas as coisas. Acreditamos que a realidade é o que vemos e julgamos ser, mas nada, fora de nós, é o que nos parece na linearidade do nosso olhar. Queremos muito construir á nossa imagem e semelhança, porque temos necessidade de espelhos para nos vermos mais em pormenor e estarmos acompahados, no bom e no mau, que nos descobrimos. Mas o mundo é tudo o que existe antes, durante e depois de nós. E nós só existimos coexistindo, em estado de reciprocídade fundamental ao equilíbrio, pessoal e transversal. Porque o mundo não começa nem acaba em nós. Construimos o nosso tempo e o nosso espaço no mundo, não ficamos indiferentes nem passivos - empurramos, fazemos cair, caímos e somos levantados. E, nos intervalos, aprendemos a cair melhor da próxima vez e a tentar, sem desistir do que queremos. O mundo que mais nos convém não existe nem nunca vai existir. Há que estar atento para saber receber o que vem ao nosso encontro e nos acrescenta como seres humanos. Há que ser generoso e caminhar para fora de nós para encontrar o mundo a meio caminho. Temos de aprender a encaixar sem distorcer nem manipular porque nos convém ou porque nos dá jeito. Temos, sobretudo, de respeitar para merecer respeito.
2 comentários:
Entre a causa e a consequência existimos nós, num alinhamento temporal sem princípio nem fim.
Manter o alinhamento, entrar no fluxo...esta é a nossa responsabilidade... ;)
Somos responsáveis pelas escolhas e pelas consequências que delas decorrem. :)
Um abraço
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