domingo, 9 de outubro de 2011

Cristal

Anabark, Atravessar (SET2011)

A nitidez das coisas vem-nos de dentro, duma parte particular do coração, se o tivermos no lugar. A claridade do que os nossos olhos alcançam não depende do que está à vista, mas do espaço que essa parte particular do coração nos ocupa na alma. E se a grandeza da alma se mede por tudo quanto sentimos que vale a pena, o coração que sente não tem fim. No coração que sente tudo acontece com perspectiva e cor, mesmo que o mundo que lhe fica de fora siga sombrio e mudo, numa outra vida, numa outra dimensão. Porque a luz que precisamos vem do que sentimos incondionalmente como alma que nos anima. E no que o coração nos ilumina não existe escuridão suficiente que nos apague a coragem de ousar para além do umbigo e de nos aprendermos nos outros também.

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