M.L. Keep Away From Open Windows
Por detrás da janela devassa, há uma casa desabitada, morta, por onde o vento passa e leva o tempo e a memória do que ficou quieto, á mercê do pó, que é o que sobra ás coisas abandonadas. Da janela para dentro, vê-se a escuridão, por vezes rasgada por uma ou outra lembrança de pormenores há muito postos de lado. Não se ouvem passos nem vozes nem sequer ruídos de portas mal fechadas, empurradas pela corrente de ar. Já não há paredes, apenas vestígios de salas e de quartos e nada da vida que lhes deu forma e cor. Para lá da janela cansada e descaída não sobrou nem chão nem lugar seguro. Nenhuma forma vida aqui se abriga, para além do vento frio que tudo levou. Dizem que ali já viveu feliz o Amor.
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