terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Perder aos bocadinhos

Rob Oele, See Buoys 6, 2010

Perdemos todos os dias um bocadinho de vida que não nos volta e nos faz falta. Perdemos todos os dias um bocadinho de nós que não terá segunda oportunidade. Perdemos todos os dias tempo que não nos sobra para ser e acontecer por inteiro. Perdemo-nos todos os dias na falsa ideia de que o fim não será amanhã quando o presente é tudo o que temos garantido. Perdemos a memória e, aos bocadinhos, a vontade também. Perdemo-nos como hipótese de ser quando queremos ganhar, sofregamente, tudo de uma vez. Perdemos coisas e pessoas por falta de cuidado e perdemo-nos de nós mesmos quando trocamos alma pela razão. Perdemo-nos se não reclamarmos o Amor como princípio, meio e fim da nossa essência. Ninguém nos encontra se não soubermos dar o coração que esperamos receber dos outros.

4 comentários:

YeuxdeFemme disse...

Para variar nada mais tenho a acrescentar ao teu post. :)
É tão mas tão verdade que até dói! :)

whitesatin disse...

Perder, por vezes, é uma necessidade...para criar o impulso de procurar o que realmente nos pertence.
O essencial é não nos perdermos pelo caminho...

Mantém a bússola à mão, my friend! :)

Um abraço.

Always disse...

YeuxdeFemme,

Obrigada pelo teu testemunho e pela visão partilhada.

FELIZ NATAL! :)

Always disse...

Querida Nat,

Perder não é uma necessidade, é uma contingência. O que fazemos da perda e como vivemos para além dela responde, sim, á necessidade de autopreservação e, nos casos mais evoluídos, e á demanda 'do que realmente nos pertence', como bem dizes. A maior parte das vezes, as pessoas perdem-se pelo caminho...infelizmente!

De bússola fechada numa mão, um abraço...

FELIZ NATAL!