Anabark, Rosa-água (DEZ2011)
Do mar eu trouxe pedras que a maré deixou na areia e guardo-as para me lembrar das ondas em que o Amor me navegou. Desse mar sem fundo perdi a praia, a caravela partiu e não voltou. Longe é terra á vista quando perto só as águas das ondas me encontram e só as pedras que guardo me lembram de chão para me voltar a mim. Ao mar azul, onde o vento do norte era o Amor sem fim, chegou a noite demasiado cedo e pedras negras naufragaram um barco de luz. Trago no peito uma bússola como bóia, não perdi o rumo, sei onde estou. O meu mar tem a mesma transparência e a caravela nunca afundou. As velas de velhas rasgaram-se, mas os remos ficaram e eu sei onde estou. Navego o tempo com o Amor que me ficou.
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